Trovadores em Ordem Alfabética

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sábado, 9 de agosto de 2025

Gilson Faustino Maia Petrópolis/RJ)

1
A ecologia é ciência
hoje muito comentada.
Busca o fim da violência
aos seres vivos, mais nada!
2
A lua vive distante.
Não chega perto porque
não quer olhar seu semblante
e a luz que vem de você.
3
A temperança eu conheço
por virtude necessária.
Seja na infância o começo,
como tarefa diária.
4
Cintura fina, eu sabia,
é de tanto trabalhar!
Não frequenta academia,
não tem tempo pra malhar.
5
Depois de uma certa idade,
querendo a vida entender,
vi que a mente da saudade
pode o passado esquecer.
6
Desde o berço à sepultura
caminharei sem temor,
conduzindo esta ventura:
ter nascido trovador.
7
Eu não sei se é por maldade,
porém é um fato frequente
chega um tempo em que a saudade
também se afasta da gente.
8
Falar de amor, eis o tema,
no céu, na terra, no mar,
na boate, no cinema,
onde eu puder te encontrar.
9
Fui ao doutor outro dia,
não me pergunte por quê.
Olhou a radiografia,
só viu, lá dentro, você.
10
Maria pula a fogueira,
mas cai, nas brasas, sentada.
Eis o fim da brincadeira:
a parte de trás queimada.
11
Na vida a gente imagina
tudo poder suplantar.
Olho os seus olhos, menina,
já começo a fraquejar.
12
Meus versos, quanta alegria
trazem ao meu coração.
À custa da poesia
é que eu suporto a traição.
13
Não é o mesmo que outrora,
mas vale a pena emendar.
Com amor que a gente adora,
vale reconciliar.
14
O leito ficou quebrado
pela dupla pesadona:
um cinquentão assanhado
nos braços da cinquentona.
15
Petrópolis, que beleza!
Que lugar encantador!
Já, assim, dizia a nobreza,
na corte do imperador.
16
Olha, amor, à minha mesa,
veneno e licor de vida.
Ou morro em minha tristeza,
ou vivo por ti, querida.
17
O sol nasceu, alegria!
Que bom que a chuva parou!
Vou secar a poesia
que a tempestade molhou.
18
Quando eu era bem criança,
as mãos limpas de aprendiz
transportavam esperança
de ser, um dia, feliz.
19
Quem parte deixa saudade.
Quem fica sofre demais.
Buscai a conformidade.
Desesperança? Jamais.
20
Saudade é coisa que passa
quando está pronto o caixão.
Oprime, destrói, amassa,
arrebenta o coração.
21
Se a gente, por vil destino,
perde, na vida, o que tem,
mais tarde, por dom divino,
perde a memória também!
22
Sofri e chorei baixinho,
fui te esquecendo, meu bem,
quando eu vi que o teu carinho
desembarcou do meu trem.
23
Tendo um passado tristonho,
desde os tempos de criança,
mostro o meu rosto risonho,
movido pela esperança.
24
Vamos buscar união,
paz, amor, fraternidade,
sem encolher nossa mão
ao querer felicidade.
25
Vejo, em minha fantasia,
que a sombra só diz verdade,
quando, à luz da poesia,
volto à minha mocidade.
26
Vem chegando o trem de ferro
entre os canteiros floridos.
Nele, você, se eu não erro,
vem pôr fim aos meus gemidos.

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