1
A brisa sempre é bem-vinda
nestas tardes de calor,
quando apareces tão linda
para preencher meu amor !
2
Acabou-se da memória
o desejo de te amar,
mas ninguém me rouba a glória
de em meus versos te cantar !…
3
Aceita os versos que faço
com verdadeira emoção,
há de ter o seu espaço
dentro do teu coração !
4
A esperança, nesta vida,
é tudo que nos conduz,
pela estrada florescida
de sonhos de amor e luz !…
5
A felicidade é abstrata,
Não a podemos tocar,
É uma forte candidata
De quem vive para amar.
6
Alguém bate à minha porta,
vou ver quem é, num momento;
há muito tempo está morta
minh´alma gêmea… É o vento !
7
Alguma coisa me diz
Que um dia chegarás,
Só assim serei feliz
E quem sabe viva em paz !
8
A mágoa que em mim existe
é fruto de uma saudade
que me transforma num triste
no seio da sociedade.
9
A manchete de jornal
sempre indica uma notícia,
que a imprensa tradicional,
é a melhor arma patrícia.
10
Amiga de muitos anos,
companheira de verdade,
enfrentando os desenganos,
ela se chama: saudade.
11
A mocidade perdida
passou rápida… nem vi;
mas foi o melhor da vida
que passei junto de ti !
12
A noite chegou depressa,
no inverno trouxe o frio;
vem a tristeza e começa
a encher meu mundo vazio.
13
Anoitece lentamente
quando medito sozinho
e me quedo descontente
distante do teu carinho.
14
A noite desceu aos poucos
e no céu surgiu a lua
para os boêmios e loucos
que vagam a esmo na rua.
15
A saudade que me assalta
E punge meu coração,
É da morena que falta
Nesta minha solidão !
16
As plantinhas que cultivo
em meu jardim pequenino,
estão dizendo que vivo
pelo teu amor divino…
17
Assim como a vida é breve
e os meus sonhos passageiros,
hoje meu ser não se atreve
em lances aventureiros…
18
Às vezes me contradigo
sem querer, naturalmente,
pois corro sempre o perigo
de te amar inutilmente.
19
Às vezes na solidão,
Eu sonho com teus carinhos,
Tento te esquecer em vão,
Pois vives em meus caminhos…
20
À tardinha, junto ao cais
no meu porto de Ilusão,
como dói amar demais
a quem não tem coração !
21
Cada paixão que me invade
surge do amor que não tive;
e representa a saudade
de quem neste mundo vive.
22
Caminhemos pela vida,
qual se fôssemos crianças,
e por mais ríspida a lida,
nunca nos falte esperanças !
23
Canta o poeta tristonho
seus versos desesperados,
pois que alimenta no sonho
sóbrios amores frustrados…
24
Certo dia andava triste
Pelas ruas da cidade,
Foi então que tu surgiste
Pra minha felicidade.
25
Como tarda anoitecer
nestes dias de verão,
quanto é difícil viver
mergulhado em solidão.
26
Consegues viver sozinha,
enfrentando a solidão?!
Recorda que “uma andorinha
sozinha não faz verão…”
27
Contemplando a imensidão
do céu azul e do mar,
minh´alma sente a paixão
de viver para te amar !…
28
Coração sentimental,
a bater desesperado,
ontem teve um ideal,
hoje é brinquedo quebrado !
29
Cresce a planta no jardim
por força da natureza;
e cresce dentro de mim
o amor à tua beleza.
30
Cuidado com a ilusão,
romântico trovador,
pois pelo sim, pelo não,
não creias no falso amor !
31
Das flores todas que planto
em meu modesto jardim,
aquela de mais encanto
vem ser você, meu Jasmim!
32
Depois de tantos caminhos
percorridos nesta vida,
meu troféu são teus carinhos
que tenho em contrapartida.
33
De novo o sol vai se pôr
na colina além do rio,
sinto saudades do amor
que me trouxe tanto brio…
34
Desejo fazer somente
o que deveras me apraz,
levando os sonhos em frente,
deixando as mágoas pra trás.
35
De ti não quero mais nada,
apenas lembrança triste,
pois minh´alma apaixonada
ao teu desdém não resiste !
36
Devo te dizer cantando
para que escutes sorrindo
e assim vás acreditando
que eu não esteja fingindo…
37
Eis que chega a primavera,
trazendo-me novo alento,
vivo o “suspense” da espera
de te encontrar num momento…
38
Enquanto passam as horas,
fico pensando em você,
vencido pelas demoras,
qual alguém que não mais crê.
39
Era jovem e vivia
desfrutando a mocidade…
Por que será que hoje em dia,
vivo agora de saudade?!
40
Era menino… e bem cedo
vivia a brincar sozinho;
o meu primeiro brinquedo
foi só… um caminhãozinho…
41
Eras bonita… Eu tão feio…
mas nos queríamos tanto,
que num mesmo devaneio
nos amamos por encanto…
42
Eras tu, mulher querida,
o meu precioso troféu,
quando encontrei-te na vida,
parece que entrei no céu !
43
És a força que eu preciso
para deixar de sofrer.
Oh! querida, toma juízo
e vem comigo viver !
44
Escrevo trovas sentidas
num desabafo de dor:
são as ilusões perdidas
de certo frustrado amor.
45
Esquecer não é somente,
A força pra não lembrar,
É viver bem o presente
Pra não ter que retornar…
46
Esse amor que tu me deste
foi efêmero, fugaz…
Por isto a tristeza investe,
arrebatando-me a paz.
47
Esta chuva me visita,
vem despertando a saudade,
ao lembrar quanto és bonita,
pois és a felicidade !
48
Estas trovas que hoje canto
com vontade de chorar,
vem do triste desencanto
de nunca mais te encontrar.
49
Eu agora não me espanto
e nem me causa pavor,
o terrível desencanto
que sofri por teu amor.
50
Eu fui ficando distante
e vivendo da saudade,
pois desejo, doravante,
somente a sinceridade…
51
Eu fui te ver certo dia
e apenas me confundiste;
ia cheio de alegria
e voltei magoado e triste.
52
Eu fui vivendo meus dias,
procurando te olvidar,
e quantas horas vazias
se arrastavam devagar…
53
Eu já fiz diversas trovas
e tantas quadras também,
sempre estou compondo novas
destinadas ao meu Bem !
54
Eu não sei porque sorris
Quando me vês sem ninguém,
Teus sorrisos são gentis –
Talvez precises de alguém.
55
Eu não sou navegador,
mas enfrento o mar da vida,
por causa do nosso amor
que não teve despedida.
56
Eu não te quero somente
Pela aparência exterior;
Meu querer é mais ardente,
Mais profundo meu amor.
57
Eu nunca fiquei sabendo,
se tinhas um outro alguém
e por isso não compreendo
o teu silêncio também !
58
Eu serei sempre contente,
se algum dia me quiseres,
és a musa mais ardente,
entre todas as mulheres !
59
Eu te amei intensamente,
mas foram momentos vãos,
pois vejo que fui somente
um brinquedo em tuas mãos…
60
Faça chuva, faça sol,
meu amor é permanente;
desde o surgir do arrebol,
até descer o poente.
61
Faço de conta que penso
e me concentro demais;
todavia me convenço
que não me encontro jamais…
62
Faço versos para alguém
que surgiu em minha vida
e agora com seu desdém
me deixou a alma ferida.
63
Fiquei contente ao saber
que realizaste teu sonho,
pois fazes por merecer
um futuro assaz risonho.
64
Fora bom que tu partisses
para nunca mais voltar;
assim talvez conseguisses
que eu pudesse te olvidar…
65
Foste a morena brejeira
que surgiu em meu amor
como o botão da roseira
que agora não dá mais flor.
66
Foste a musa que escolhi,
desfolhando um bem-me-quer,
mas vejo que me iludi,
pois eras falsa, mulher !
67
Fui feliz antigamente,
quando era um pobre menino;
e só vivia o presente,
sem me importar com o destino.
68
Hoje faço quaisquer trovas
para cantar meu amor;
e por serem sempre novas,
eu lhes dou muito valor !
69
Hoje levantei mais tarde,
tinha pouco o que fazer;
mas, amor, você me aguarde,
que nunca a pude esquecer !…
70
Hoje não tenho alegria
por sentir esta saudade
que nasce de quem fazia
a minha felicidade.
71
Imprensa livre, meu povo,
não deixe nunca acabar;
pois consegui-la de novo,
é difícil conquistar !
72
Iremos os dois sozinhos
em meio da multidão,
por diferentes caminhos
que jamais se encontrarão.
73
Já faz tempo, era eu criança,
minha mãe me disse um dia:
– Nunca percas a esperança
pois ela nos alivia !
74
Já fiz trovas de improviso
na distante mocidade,
mas, menestrel sem juízo,
delas só tenho saudade…
75
Já fiz trovas e fiz versos
para a linda namorada,
que depois andam dispersos
no vento da madrugada…
76
Já fui gato abandonado
e vivia ao Deus-dará…
hoje sou gato amarrado
por laços que a vida dá !
77
Já não canto por desgosto
e nem por felicidade,
mas, à tardinha, ao sol-posto,
eu me quedo na saudade…
78
Labutei muito na imprensa,
fui cronista popular,
hoje sei o quanto é tensa,
a notícia divulgar…
79
Lá na praia se encontraram
e viveram na ilusão,
pois apenas se tornaram
namorados de verão.
80
Lobo da Estepe sozinho
ando à procura de alguém,
seguindo pelo caminho
que agora mais me convém.
81
Longe de ti me entristeço
pela falta de carinho
e pago o mais alto preço
nesta vida tão sozinho…
82
Luas cheias e as estrelas
povoam o imaginário,
sonhadores, vinde vê-las,
da noite o lindo cenário !…
83
Luiz Otávio e J. G.,
dois trovadores legais,
criaram para você
os nossos Jogos Florais !
84
Mais um ano se passou
e continua a poesia,
que Quintana dos deixou
para nossa nostalgia…
85
Mergulhado no desejo
de te amar na juventude,
hoje penso de sobejo
que te amei mais do que pude.
86
Mesmo depois de velhinho,
se Deus me der esta graça,
quero sentir o carinho
do amor total que não passa…
87
Meu amor foi o mais louco,
pois nasceu de uma esperança,
que não vingou nem um pouco
e transformou-se em lembrança.
88
Meu amor simples em tudo
não te convenceu bastante,
porque permaneço mudo
ao te ver tão deslumbrante.
89
Meu coração se consterna
olhando a noite estrelada;
no mundo quem me governa
são as carícias da amada.
90
Meu destino é fazer versos
Pra compor as minhas trovas,
Quanto mais sejam diversos
Mais elas hão de ser novas…
91
Meus cantares estão cheios
de paixão e fantasia,
meus queridos devaneios
no Universo da Poesia.
92
Minhas mágoas já são tantas
que não posso descrevê-las;
é como se pelas tantas
fosse contar as estrelas…
93
Na ascensão ou na descida,
tenham fé, queridos filhos;
não se percam pela vida
ao seguirem falsos trilhos !
94
Na breve, efêmera vida,
não saibam, talvez, mas quis,
com a poesia escolhida,
sempre alguém fazer feliz !
95
Nada te digo nem quero
que alguma coisa me digas;
se às vezes me desespero
eu me desfaço em cantigas…
96
Não considero perdida,
aquela ingênua ilusão,
que invadiu a minha vida
num momento de paixão…
97
Não consigo mais te ver
e procuro te encontrar,
para sentir o prazer
de finalmente te amar.
98
Não esperes compreensão
para os poemas que escreves,
é tão longa a ingratidão,
como os momentos são breves.
99
Não estás junto comigo
nestes momentos adversos;
no entanto, pra meu castigo,
vives inteira em meus versos !
100
Não foram horas perdidas
as que passei junto a ti;
são lembranças bem vividas
que nunca mais esqueci…
101
Não há poder que consiga
me demover da vontade,
de tê-la só como amiga
quando me assalta a saudade.
102
Não há renúncia a quem quer
viver feliz nesta vida;
só o amor de uma mulher,
poderá me dar guarida.
103
Não me iludem teus olhares
e nem tampouco teus risos:
são expansões singulares
ou desejos indecisos ?!
104
Não te desprezo, nem quero
o teu desprezo, igualmente;
se o amor não é sincero
procuro esquecer, somente…
105
Não vais chorar, certamente,
ao saberes que te quero
e creias, porém, somente
que tudo… tudo é sincero.
106
Na trova tudo acontece,
que o diga meu coração,
pois amei quem não merece
possuir minha paixão.
107
Na vida dos sonhadores,
existe um sol que fulgura,
para aquecer os amores
que necessitam ternura…
108
Nesta vida surge o amor
Que vem abraçar nós dois;
E no fim do corredor
Vem a saudade depois…
109
No aconchego dos teus braços
busco ternura e carinho,
quando esqueço meus fracassos
e não vivo mais sozinho…
110
No coração de quem ama
sempre haverá um lugar
para alimentar a chama
de uma paixão a queimar.
111
No Dia do Trovador,
escrevo esta simples trova,
para o meu sincero amor
que a minha vida renova…
112
No jardim da minha vida,
quantas flores cultivei;
Mas em cada despedida
muitas delas arranquei…
113
No mundo não há ninguém
mais perfeito que a mulher,
se você souber de alguém,
me conteste, se puder!
114
Nos caminhos da existência,
foram tristes ou risonhos,
os dias de convivência
na imensidão dos meus sonhos…
115
Nunca mais vou projetar
mensagens de amor ardente,
existe um outro lugar
pra quem não gosta da gente.
116
Olhavas triste, indecisa,
no meio da rua, quando
sentes o abraço da brisa
que vai assim te afagando…
117
O amor à primeira vista
visitou meu coração,
mas no instante da conquista
vi que tudo foi em vão.
118
O amor daquele que chora
por ter sido desprezado,
não tem jeito de ir embora,
fica no peito guardado.
119
O calor convida ao mar
aonde o meu desejo vai,
preciso te procurar
quando a tarde aos poucos cai.
120
O menestrel sem juízo
um dia nasceu em mim,
daquele instante, preciso
me comunicar assim…
121
O meu amor tem segredos
que nunca pude externar;
me invadem todos os medos
de a não poder conquistar !
122
Onde habita a majestade
deusa do meu coração?
Ela vive na saudade
dos anos que lá se vão !
123
O pôr-do-sol pede um verso
no fim da tarde que desce,
medito e com Deus converso
nesta trova feita prece.
124
O prazer de amar alguém,
é o mesmo de ser amado;
pois o amor que a gente tem,
deve ser compartilhado.
125
O que me causa tristeza
não é saber que não me amas,
é tão-somente a certeza
que sofres e não reclamas !
126
O respeito é necessário,
faz muito bem, sim senhor;
deve viver num sacrário,
vem a ser irmão do amor !
127
O sol-nascente desperta,
na imensidão do Universo,
o viajor de vida incerta
e o poeta que faz verso.
128
Os poemas que ficaram,
quando ingênuo e sem memória,
na sala em que o assassinaram,
hoje contam sua história.
129
O tempo já nos consome
neste começo de inverno,
nada me lembra teu nome
que risquei do meu caderno…
130
O tempo que tudo apaga
só deixa recordação,
que nem uma viva chaga
sangrando no coração.
131
Outrora fui solitário,
não tinha grande vaidade,
mas, hoje, sou perdulário
de tanto amor e saudade.
132
O vento leva o meu canto
pelos confins do universo;
em vez de chorar, eu canto
através deste meu verso !
133
Outrora fui solitário,
não tinha grande vaidade,
mas, hoje, sou perdulário
de tanto amor e saudade !
134
Para conversar com Deus,
olho os céus e me comovo,
mas lembrando os beijos teus,
retorno à terra de novo !
135
Para escrever estes versos,
procuro ouvir minhas musas;
trazem-me assuntos diversos,
mas não ideias confusas.
136
Para matar o desejo
que sinto com tanto ardor,
quero a delícia de um beijo
dos lábios do meu amor.
137
Para sofrer tanto assim
fora melhor não revê-la;
está tão longe de mim
como se fosse uma estrela.
138
Para te amar me concentro,
esperando chegar a hora;
pois quem não ama por dentro,
não adianta amar por fora.
139
Para tê-la novamente
andei por muitos caminhos
e retornei descontente
sem conseguir seus carinhos…
140
Para viver com carinho
procurei amar alguém;
hoje sinto que sozinho
eu vivia muito bem.
141
Passaram-se tantos dias
que formaram muitos anos,
se colhemos alegrias,
não faltaram desenganos.
142
Pelos caminhos da vida
fui deixando para trás,
como em cada despedida
um sonho que se desfaz.
143
Pelos trilhos da saudade
vai correndo o trem do amor;
e ao lembrar a mocidade,
inda sou um sonhador.
144
Perambulando sozinho
pelas ruas da cidade,
procuro achar o caminho
que leva à felicidade.
145
Perdido em divagações
sento à beira do caminho,
como se as recordações
não me deixassem sozinho.
146
Persegue o lobo que existe
dentro de ti, sonhador,
não sendo alegre nem triste,
fazes só versos de amor…
147
Perto de ti me convenço
que nada posso fazer,
sem empregar o bom senso
para afinal te esquecer.
148
Por mais que tente esquecê-la,
não consigo meu intento,
sempre será qual estrela,
brilhando no firmamento.
149
Por que será que na vida
nós temos contrariedades,
se depois da despedida
vamos lembrar com saudades?!
150
Posso perder-te… que importa
se não queres me aceitar…
Há muito tempo está morta
a vontade de te amar.
151
Proclamas que és minha amiga…
ou foges da realidade ?!
Não te importas que eu te diga
desejar mais que amizade ?!
152
Procurei teu coração
com toda a sinceridade,
mas retorno à solidão
para viver de saudade…
153
Procuro encontrar-te ainda
para saber como vais
e a tarde que agora finda
me responde: “Nunca mais !”
154
Quando a saudade me aperta,
Faço uma trova, somente;
A vida fica deserta
E choro convulsamente…
155
Quando a saudade vier
me visitar, com certeza,
hei de lembrar a mulher
mais linda da natureza !
156
Quando cansado, à tardinha,
meu corpo exausto descansa,
vem a brisa e me acarinha
enchendo-me de esperança…
157
Quando estás à beira-mar,
caminhando sobre a areia,
eu me ponho a meditar
que sejas uma sereia.
158
Quando estas quadras componho,
pensando no meu amor,
a vida parece um sonho,
para eu ser um sonhador.
159
Quando fui apaixonado
por uma estranha mulher,
meu coração era amado
e eu não quis a quem me quer.
160
Quando lembro a mocidade
dos meus verdes madrigais,
sinto que a felicidade
já se foi, pra nunca mais !
161
Quando te vejo e sorris,
não sei que faço, senhora,
para a gente ser feliz
não há dia, nem tem hora!
162
Quando te vejo passar
ao meu lado sorridente,
é difícil renunciar
ao sorriso que não mente…
163
Quantas noites mal dormidas,
Já quase perdendo o juízo,
Ó meu bem, por que duvidas
Que é de ti que eu mais preciso ?
164
Quantas trovas, quantos versos,
me levaram de roldão,
a conhecer universos
existentes na ilusão…
165
Quantos amores têm fim
por falta de persistência,
não concretizando assim
a base da convivência.
166
Quem deseja ser feliz
Deve nutrir a ilusão;
Será sempre um aprendiz
Das coisas do coração.
167
Quem diz que a felicidade
Depende só do dinheiro,
Veja se compra a saudade
Com o ouro do mundo inteiro !
168
Quem fizer a gentileza
de não levar por ofensa,
que me ame até na pobreza
sem esperar recompensa.
169
Quem for amigo de alguém,
precisa ter lealdade;
caso contrário, só tem
traição em vez de amizade…
170
Quem namorou algum dia,
sabe o quanto se requer,
para ter a simpatia
e o coração da mulher.
171
Quem quiser ser trovador,
seja primeiro aprendiz,
mesmo em matéria de amor
se aprende pra ser feliz.
172
Quem tiver devotamento
pra algum amor que vier,
vai viver um bom momento,
sejam homem ou mulher.
173
Queria ter deste mundo
só flores e não espinhos;
mas um triste vagabundo
tem os dois pelos caminhos…
174
Quero o amor que não ilude
e me faz amar alguém,
que tenha paz e virtude
e seja séria e do bem.
175
Quis escrever um soneto,
levando mensagem nova,
mas esbarrei no quarteto,
e então compus esta trova…
176
Recordo a tua beleza
e também o quanto és boa,
me apaixono, com certeza,
e faço versos à-toa !
177
Roubei-lhe um beijo, ao passar
ao meu lado, sorridente;
e lembrando seu olhar,
de noite, dormi contente…
178
São duas jabuticabas,
Teus olhos mirando os meus,
Vou dizer-te, pra que saibas,
Meus tristes olhos são teus.
179
Se amar causa sofrimento;
é preciso suportar…
pois não há pior tormento
do que sofrer sem amar…
180
Se a chuva cai mansamente,
me fazendo meditar,
dá no coração da gente,
louca vontade de amar..
181
Se chorei, também choraste,
naquela tarde vazia,
hoje sou um velho traste,
já sem qualquer serventia.
182
Segue teu rumo que eu sigo
o meu destino também,
se não pude andar contigo
vou procurar outro alguém…
183
Sejam as trovas singelas
como as flores de um jardim,
e assim serão as mais belas
pérolas de um mar sem fim.
184
Seja pobre ou seja rica
a rima é uma canção,
a saudade sempre fica
depois que os versos se vão.
185
Sempre existe na existência
pra nos fazer infeliz,
um amor sem convivência
que a gente esperou e quis.
186
Se pudesses compreender
a paixão que me enlouquece,
nunca mais o teu viver
uma só mágoa tivesse…
187
Ser feliz nesta existência
Talvez apenas consiste
Em demonstrar na aparência
Ser sempre alegre e não triste…
188
Se tens amor e resistes
às ligações perigosas,
teus dias não serão tristes
e viverás entre rosas…
189
Se te querer foi loucura,
eu serei um triste louco,
por te dar tanta fartura
e ter em troca tão pouco.
190
Sócrates assim dizia:
“Eu só sei que nada sei.”
E com tal filosofia
eu também responderei.
191
Sofro por ti, me atormento
a cada instante que passa;
e neste martírio lento
vou vivendo na desgraça…
192
Só não compreende a ventura
de um simples beijo roubado,
uma infeliz criatura
que não foi apaixonado.
193
Sou um simples trovador
que vive cantando ao léu;
e faço apenas do amor
o meu precioso troféu !
194
Tão rápida a vida passa,
nem se chega a perceber,
pois é como uma fumaça
pelo espaço a se perder…
195
Tenho amor e penso nela
toda noite, todo dia,
cada vez está mais bela
no meu céu de fantasia…
196
Tens a beleza estampada
nos olhos, lábios e faces;
a cada nova alvorada
em meu coração renasces.
197
Ter-te comigo sozinha
Numa noite enluarada,
É toda a vontade minha
E nem desejo mais nada.
198
Tinha tudo a meu favor
e não vivia ao relento,
se tu foste meu amor,
passaste assim como o vento…
199
Tinha um sonho benfazejo,
ao raiar da adolescência,
ser um cantor sertanejo
para as prendas da querência.
200
Toda noite durmo e sonho
com os teus olhos brilhantes,
porque teu rosto risonho
nem me deixa por instantes…
201
Trovas de amor e saudade
trazem mil temas diversos,
mas predomina a amizade
nascendo de tantos versos…
202
Tua pele morena clara
Tem um quê de sedutor,
Não sei com que se compara…
Deve ter muito calor.
203
Tudo não passou de um sonho
tão rápido e fugidio;
um pensamento enfadonho
que de nada me serviu.
204
Um casamento perdura
pela amizade e o respeito,
pois quem ama com ternura
só vê amor, não defeito !
205
Vai-se um amor… outro vem…
e assim se passam os dias.
Os nossos sonhos também
são de mágoas e alegrias.
206
Vive de amor, se te apraz,
e nunca percas a calma;
porque a verdadeira paz
só se encontra dentro da alma.
207
Vivemos na contingência
de alimentar a crendice,
que o caminho da existência
vai nos levar à velhice.
208
Vivia fazendo versos,
crendo ser feliz, enfim,
vejo-os agora dispersos
e faço trovas pra mim…
209
Vou reler Mário de Andrade,
os poemas são assim;
falam a realidade:
este, portanto, seu fim.
210
Vou vivendo na incerteza
de assumir o nosso amor;
a renúncia tem tristeza,
da tristeza surge a dor…
A brisa sempre é bem-vinda
nestas tardes de calor,
quando apareces tão linda
para preencher meu amor !
2
Acabou-se da memória
o desejo de te amar,
mas ninguém me rouba a glória
de em meus versos te cantar !…
3
Aceita os versos que faço
com verdadeira emoção,
há de ter o seu espaço
dentro do teu coração !
4
A esperança, nesta vida,
é tudo que nos conduz,
pela estrada florescida
de sonhos de amor e luz !…
5
A felicidade é abstrata,
Não a podemos tocar,
É uma forte candidata
De quem vive para amar.
6
Alguém bate à minha porta,
vou ver quem é, num momento;
há muito tempo está morta
minh´alma gêmea… É o vento !
7
Alguma coisa me diz
Que um dia chegarás,
Só assim serei feliz
E quem sabe viva em paz !
8
A mágoa que em mim existe
é fruto de uma saudade
que me transforma num triste
no seio da sociedade.
9
A manchete de jornal
sempre indica uma notícia,
que a imprensa tradicional,
é a melhor arma patrícia.
10
Amiga de muitos anos,
companheira de verdade,
enfrentando os desenganos,
ela se chama: saudade.
11
A mocidade perdida
passou rápida… nem vi;
mas foi o melhor da vida
que passei junto de ti !
12
A noite chegou depressa,
no inverno trouxe o frio;
vem a tristeza e começa
a encher meu mundo vazio.
13
Anoitece lentamente
quando medito sozinho
e me quedo descontente
distante do teu carinho.
14
A noite desceu aos poucos
e no céu surgiu a lua
para os boêmios e loucos
que vagam a esmo na rua.
15
A saudade que me assalta
E punge meu coração,
É da morena que falta
Nesta minha solidão !
16
As plantinhas que cultivo
em meu jardim pequenino,
estão dizendo que vivo
pelo teu amor divino…
17
Assim como a vida é breve
e os meus sonhos passageiros,
hoje meu ser não se atreve
em lances aventureiros…
18
Às vezes me contradigo
sem querer, naturalmente,
pois corro sempre o perigo
de te amar inutilmente.
19
Às vezes na solidão,
Eu sonho com teus carinhos,
Tento te esquecer em vão,
Pois vives em meus caminhos…
20
À tardinha, junto ao cais
no meu porto de Ilusão,
como dói amar demais
a quem não tem coração !
21
Cada paixão que me invade
surge do amor que não tive;
e representa a saudade
de quem neste mundo vive.
22
Caminhemos pela vida,
qual se fôssemos crianças,
e por mais ríspida a lida,
nunca nos falte esperanças !
23
Canta o poeta tristonho
seus versos desesperados,
pois que alimenta no sonho
sóbrios amores frustrados…
24
Certo dia andava triste
Pelas ruas da cidade,
Foi então que tu surgiste
Pra minha felicidade.
25
Como tarda anoitecer
nestes dias de verão,
quanto é difícil viver
mergulhado em solidão.
26
Consegues viver sozinha,
enfrentando a solidão?!
Recorda que “uma andorinha
sozinha não faz verão…”
27
Contemplando a imensidão
do céu azul e do mar,
minh´alma sente a paixão
de viver para te amar !…
28
Coração sentimental,
a bater desesperado,
ontem teve um ideal,
hoje é brinquedo quebrado !
29
Cresce a planta no jardim
por força da natureza;
e cresce dentro de mim
o amor à tua beleza.
30
Cuidado com a ilusão,
romântico trovador,
pois pelo sim, pelo não,
não creias no falso amor !
31
Das flores todas que planto
em meu modesto jardim,
aquela de mais encanto
vem ser você, meu Jasmim!
32
Depois de tantos caminhos
percorridos nesta vida,
meu troféu são teus carinhos
que tenho em contrapartida.
33
De novo o sol vai se pôr
na colina além do rio,
sinto saudades do amor
que me trouxe tanto brio…
34
Desejo fazer somente
o que deveras me apraz,
levando os sonhos em frente,
deixando as mágoas pra trás.
35
De ti não quero mais nada,
apenas lembrança triste,
pois minh´alma apaixonada
ao teu desdém não resiste !
36
Devo te dizer cantando
para que escutes sorrindo
e assim vás acreditando
que eu não esteja fingindo…
37
Eis que chega a primavera,
trazendo-me novo alento,
vivo o “suspense” da espera
de te encontrar num momento…
38
Enquanto passam as horas,
fico pensando em você,
vencido pelas demoras,
qual alguém que não mais crê.
39
Era jovem e vivia
desfrutando a mocidade…
Por que será que hoje em dia,
vivo agora de saudade?!
40
Era menino… e bem cedo
vivia a brincar sozinho;
o meu primeiro brinquedo
foi só… um caminhãozinho…
41
Eras bonita… Eu tão feio…
mas nos queríamos tanto,
que num mesmo devaneio
nos amamos por encanto…
42
Eras tu, mulher querida,
o meu precioso troféu,
quando encontrei-te na vida,
parece que entrei no céu !
43
És a força que eu preciso
para deixar de sofrer.
Oh! querida, toma juízo
e vem comigo viver !
44
Escrevo trovas sentidas
num desabafo de dor:
são as ilusões perdidas
de certo frustrado amor.
45
Esquecer não é somente,
A força pra não lembrar,
É viver bem o presente
Pra não ter que retornar…
46
Esse amor que tu me deste
foi efêmero, fugaz…
Por isto a tristeza investe,
arrebatando-me a paz.
47
Esta chuva me visita,
vem despertando a saudade,
ao lembrar quanto és bonita,
pois és a felicidade !
48
Estas trovas que hoje canto
com vontade de chorar,
vem do triste desencanto
de nunca mais te encontrar.
49
Eu agora não me espanto
e nem me causa pavor,
o terrível desencanto
que sofri por teu amor.
50
Eu fui ficando distante
e vivendo da saudade,
pois desejo, doravante,
somente a sinceridade…
51
Eu fui te ver certo dia
e apenas me confundiste;
ia cheio de alegria
e voltei magoado e triste.
52
Eu fui vivendo meus dias,
procurando te olvidar,
e quantas horas vazias
se arrastavam devagar…
53
Eu já fiz diversas trovas
e tantas quadras também,
sempre estou compondo novas
destinadas ao meu Bem !
54
Eu não sei porque sorris
Quando me vês sem ninguém,
Teus sorrisos são gentis –
Talvez precises de alguém.
55
Eu não sou navegador,
mas enfrento o mar da vida,
por causa do nosso amor
que não teve despedida.
56
Eu não te quero somente
Pela aparência exterior;
Meu querer é mais ardente,
Mais profundo meu amor.
57
Eu nunca fiquei sabendo,
se tinhas um outro alguém
e por isso não compreendo
o teu silêncio também !
58
Eu serei sempre contente,
se algum dia me quiseres,
és a musa mais ardente,
entre todas as mulheres !
59
Eu te amei intensamente,
mas foram momentos vãos,
pois vejo que fui somente
um brinquedo em tuas mãos…
60
Faça chuva, faça sol,
meu amor é permanente;
desde o surgir do arrebol,
até descer o poente.
61
Faço de conta que penso
e me concentro demais;
todavia me convenço
que não me encontro jamais…
62
Faço versos para alguém
que surgiu em minha vida
e agora com seu desdém
me deixou a alma ferida.
63
Fiquei contente ao saber
que realizaste teu sonho,
pois fazes por merecer
um futuro assaz risonho.
64
Fora bom que tu partisses
para nunca mais voltar;
assim talvez conseguisses
que eu pudesse te olvidar…
65
Foste a morena brejeira
que surgiu em meu amor
como o botão da roseira
que agora não dá mais flor.
66
Foste a musa que escolhi,
desfolhando um bem-me-quer,
mas vejo que me iludi,
pois eras falsa, mulher !
67
Fui feliz antigamente,
quando era um pobre menino;
e só vivia o presente,
sem me importar com o destino.
68
Hoje faço quaisquer trovas
para cantar meu amor;
e por serem sempre novas,
eu lhes dou muito valor !
69
Hoje levantei mais tarde,
tinha pouco o que fazer;
mas, amor, você me aguarde,
que nunca a pude esquecer !…
70
Hoje não tenho alegria
por sentir esta saudade
que nasce de quem fazia
a minha felicidade.
71
Imprensa livre, meu povo,
não deixe nunca acabar;
pois consegui-la de novo,
é difícil conquistar !
72
Iremos os dois sozinhos
em meio da multidão,
por diferentes caminhos
que jamais se encontrarão.
73
Já faz tempo, era eu criança,
minha mãe me disse um dia:
– Nunca percas a esperança
pois ela nos alivia !
74
Já fiz trovas de improviso
na distante mocidade,
mas, menestrel sem juízo,
delas só tenho saudade…
75
Já fiz trovas e fiz versos
para a linda namorada,
que depois andam dispersos
no vento da madrugada…
76
Já fui gato abandonado
e vivia ao Deus-dará…
hoje sou gato amarrado
por laços que a vida dá !
77
Já não canto por desgosto
e nem por felicidade,
mas, à tardinha, ao sol-posto,
eu me quedo na saudade…
78
Labutei muito na imprensa,
fui cronista popular,
hoje sei o quanto é tensa,
a notícia divulgar…
79
Lá na praia se encontraram
e viveram na ilusão,
pois apenas se tornaram
namorados de verão.
80
Lobo da Estepe sozinho
ando à procura de alguém,
seguindo pelo caminho
que agora mais me convém.
81
Longe de ti me entristeço
pela falta de carinho
e pago o mais alto preço
nesta vida tão sozinho…
82
Luas cheias e as estrelas
povoam o imaginário,
sonhadores, vinde vê-las,
da noite o lindo cenário !…
83
Luiz Otávio e J. G.,
dois trovadores legais,
criaram para você
os nossos Jogos Florais !
84
Mais um ano se passou
e continua a poesia,
que Quintana dos deixou
para nossa nostalgia…
85
Mergulhado no desejo
de te amar na juventude,
hoje penso de sobejo
que te amei mais do que pude.
86
Mesmo depois de velhinho,
se Deus me der esta graça,
quero sentir o carinho
do amor total que não passa…
87
Meu amor foi o mais louco,
pois nasceu de uma esperança,
que não vingou nem um pouco
e transformou-se em lembrança.
88
Meu amor simples em tudo
não te convenceu bastante,
porque permaneço mudo
ao te ver tão deslumbrante.
89
Meu coração se consterna
olhando a noite estrelada;
no mundo quem me governa
são as carícias da amada.
90
Meu destino é fazer versos
Pra compor as minhas trovas,
Quanto mais sejam diversos
Mais elas hão de ser novas…
91
Meus cantares estão cheios
de paixão e fantasia,
meus queridos devaneios
no Universo da Poesia.
92
Minhas mágoas já são tantas
que não posso descrevê-las;
é como se pelas tantas
fosse contar as estrelas…
93
Na ascensão ou na descida,
tenham fé, queridos filhos;
não se percam pela vida
ao seguirem falsos trilhos !
94
Na breve, efêmera vida,
não saibam, talvez, mas quis,
com a poesia escolhida,
sempre alguém fazer feliz !
95
Nada te digo nem quero
que alguma coisa me digas;
se às vezes me desespero
eu me desfaço em cantigas…
96
Não considero perdida,
aquela ingênua ilusão,
que invadiu a minha vida
num momento de paixão…
97
Não consigo mais te ver
e procuro te encontrar,
para sentir o prazer
de finalmente te amar.
98
Não esperes compreensão
para os poemas que escreves,
é tão longa a ingratidão,
como os momentos são breves.
99
Não estás junto comigo
nestes momentos adversos;
no entanto, pra meu castigo,
vives inteira em meus versos !
100
Não foram horas perdidas
as que passei junto a ti;
são lembranças bem vividas
que nunca mais esqueci…
101
Não há poder que consiga
me demover da vontade,
de tê-la só como amiga
quando me assalta a saudade.
102
Não há renúncia a quem quer
viver feliz nesta vida;
só o amor de uma mulher,
poderá me dar guarida.
103
Não me iludem teus olhares
e nem tampouco teus risos:
são expansões singulares
ou desejos indecisos ?!
104
Não te desprezo, nem quero
o teu desprezo, igualmente;
se o amor não é sincero
procuro esquecer, somente…
105
Não vais chorar, certamente,
ao saberes que te quero
e creias, porém, somente
que tudo… tudo é sincero.
106
Na trova tudo acontece,
que o diga meu coração,
pois amei quem não merece
possuir minha paixão.
107
Na vida dos sonhadores,
existe um sol que fulgura,
para aquecer os amores
que necessitam ternura…
108
Nesta vida surge o amor
Que vem abraçar nós dois;
E no fim do corredor
Vem a saudade depois…
109
No aconchego dos teus braços
busco ternura e carinho,
quando esqueço meus fracassos
e não vivo mais sozinho…
110
No coração de quem ama
sempre haverá um lugar
para alimentar a chama
de uma paixão a queimar.
111
No Dia do Trovador,
escrevo esta simples trova,
para o meu sincero amor
que a minha vida renova…
112
No jardim da minha vida,
quantas flores cultivei;
Mas em cada despedida
muitas delas arranquei…
113
No mundo não há ninguém
mais perfeito que a mulher,
se você souber de alguém,
me conteste, se puder!
114
Nos caminhos da existência,
foram tristes ou risonhos,
os dias de convivência
na imensidão dos meus sonhos…
115
Nunca mais vou projetar
mensagens de amor ardente,
existe um outro lugar
pra quem não gosta da gente.
116
Olhavas triste, indecisa,
no meio da rua, quando
sentes o abraço da brisa
que vai assim te afagando…
117
O amor à primeira vista
visitou meu coração,
mas no instante da conquista
vi que tudo foi em vão.
118
O amor daquele que chora
por ter sido desprezado,
não tem jeito de ir embora,
fica no peito guardado.
119
O calor convida ao mar
aonde o meu desejo vai,
preciso te procurar
quando a tarde aos poucos cai.
120
O menestrel sem juízo
um dia nasceu em mim,
daquele instante, preciso
me comunicar assim…
121
O meu amor tem segredos
que nunca pude externar;
me invadem todos os medos
de a não poder conquistar !
122
Onde habita a majestade
deusa do meu coração?
Ela vive na saudade
dos anos que lá se vão !
123
O pôr-do-sol pede um verso
no fim da tarde que desce,
medito e com Deus converso
nesta trova feita prece.
124
O prazer de amar alguém,
é o mesmo de ser amado;
pois o amor que a gente tem,
deve ser compartilhado.
125
O que me causa tristeza
não é saber que não me amas,
é tão-somente a certeza
que sofres e não reclamas !
126
O respeito é necessário,
faz muito bem, sim senhor;
deve viver num sacrário,
vem a ser irmão do amor !
127
O sol-nascente desperta,
na imensidão do Universo,
o viajor de vida incerta
e o poeta que faz verso.
128
Os poemas que ficaram,
quando ingênuo e sem memória,
na sala em que o assassinaram,
hoje contam sua história.
129
O tempo já nos consome
neste começo de inverno,
nada me lembra teu nome
que risquei do meu caderno…
130
O tempo que tudo apaga
só deixa recordação,
que nem uma viva chaga
sangrando no coração.
131
Outrora fui solitário,
não tinha grande vaidade,
mas, hoje, sou perdulário
de tanto amor e saudade.
132
O vento leva o meu canto
pelos confins do universo;
em vez de chorar, eu canto
através deste meu verso !
133
Outrora fui solitário,
não tinha grande vaidade,
mas, hoje, sou perdulário
de tanto amor e saudade !
134
Para conversar com Deus,
olho os céus e me comovo,
mas lembrando os beijos teus,
retorno à terra de novo !
135
Para escrever estes versos,
procuro ouvir minhas musas;
trazem-me assuntos diversos,
mas não ideias confusas.
136
Para matar o desejo
que sinto com tanto ardor,
quero a delícia de um beijo
dos lábios do meu amor.
137
Para sofrer tanto assim
fora melhor não revê-la;
está tão longe de mim
como se fosse uma estrela.
138
Para te amar me concentro,
esperando chegar a hora;
pois quem não ama por dentro,
não adianta amar por fora.
139
Para tê-la novamente
andei por muitos caminhos
e retornei descontente
sem conseguir seus carinhos…
140
Para viver com carinho
procurei amar alguém;
hoje sinto que sozinho
eu vivia muito bem.
141
Passaram-se tantos dias
que formaram muitos anos,
se colhemos alegrias,
não faltaram desenganos.
142
Pelos caminhos da vida
fui deixando para trás,
como em cada despedida
um sonho que se desfaz.
143
Pelos trilhos da saudade
vai correndo o trem do amor;
e ao lembrar a mocidade,
inda sou um sonhador.
144
Perambulando sozinho
pelas ruas da cidade,
procuro achar o caminho
que leva à felicidade.
145
Perdido em divagações
sento à beira do caminho,
como se as recordações
não me deixassem sozinho.
146
Persegue o lobo que existe
dentro de ti, sonhador,
não sendo alegre nem triste,
fazes só versos de amor…
147
Perto de ti me convenço
que nada posso fazer,
sem empregar o bom senso
para afinal te esquecer.
148
Por mais que tente esquecê-la,
não consigo meu intento,
sempre será qual estrela,
brilhando no firmamento.
149
Por que será que na vida
nós temos contrariedades,
se depois da despedida
vamos lembrar com saudades?!
150
Posso perder-te… que importa
se não queres me aceitar…
Há muito tempo está morta
a vontade de te amar.
151
Proclamas que és minha amiga…
ou foges da realidade ?!
Não te importas que eu te diga
desejar mais que amizade ?!
152
Procurei teu coração
com toda a sinceridade,
mas retorno à solidão
para viver de saudade…
153
Procuro encontrar-te ainda
para saber como vais
e a tarde que agora finda
me responde: “Nunca mais !”
154
Quando a saudade me aperta,
Faço uma trova, somente;
A vida fica deserta
E choro convulsamente…
155
Quando a saudade vier
me visitar, com certeza,
hei de lembrar a mulher
mais linda da natureza !
156
Quando cansado, à tardinha,
meu corpo exausto descansa,
vem a brisa e me acarinha
enchendo-me de esperança…
157
Quando estás à beira-mar,
caminhando sobre a areia,
eu me ponho a meditar
que sejas uma sereia.
158
Quando estas quadras componho,
pensando no meu amor,
a vida parece um sonho,
para eu ser um sonhador.
159
Quando fui apaixonado
por uma estranha mulher,
meu coração era amado
e eu não quis a quem me quer.
160
Quando lembro a mocidade
dos meus verdes madrigais,
sinto que a felicidade
já se foi, pra nunca mais !
161
Quando te vejo e sorris,
não sei que faço, senhora,
para a gente ser feliz
não há dia, nem tem hora!
162
Quando te vejo passar
ao meu lado sorridente,
é difícil renunciar
ao sorriso que não mente…
163
Quantas noites mal dormidas,
Já quase perdendo o juízo,
Ó meu bem, por que duvidas
Que é de ti que eu mais preciso ?
164
Quantas trovas, quantos versos,
me levaram de roldão,
a conhecer universos
existentes na ilusão…
165
Quantos amores têm fim
por falta de persistência,
não concretizando assim
a base da convivência.
166
Quem deseja ser feliz
Deve nutrir a ilusão;
Será sempre um aprendiz
Das coisas do coração.
167
Quem diz que a felicidade
Depende só do dinheiro,
Veja se compra a saudade
Com o ouro do mundo inteiro !
168
Quem fizer a gentileza
de não levar por ofensa,
que me ame até na pobreza
sem esperar recompensa.
169
Quem for amigo de alguém,
precisa ter lealdade;
caso contrário, só tem
traição em vez de amizade…
170
Quem namorou algum dia,
sabe o quanto se requer,
para ter a simpatia
e o coração da mulher.
171
Quem quiser ser trovador,
seja primeiro aprendiz,
mesmo em matéria de amor
se aprende pra ser feliz.
172
Quem tiver devotamento
pra algum amor que vier,
vai viver um bom momento,
sejam homem ou mulher.
173
Queria ter deste mundo
só flores e não espinhos;
mas um triste vagabundo
tem os dois pelos caminhos…
174
Quero o amor que não ilude
e me faz amar alguém,
que tenha paz e virtude
e seja séria e do bem.
175
Quis escrever um soneto,
levando mensagem nova,
mas esbarrei no quarteto,
e então compus esta trova…
176
Recordo a tua beleza
e também o quanto és boa,
me apaixono, com certeza,
e faço versos à-toa !
177
Roubei-lhe um beijo, ao passar
ao meu lado, sorridente;
e lembrando seu olhar,
de noite, dormi contente…
178
São duas jabuticabas,
Teus olhos mirando os meus,
Vou dizer-te, pra que saibas,
Meus tristes olhos são teus.
179
Se amar causa sofrimento;
é preciso suportar…
pois não há pior tormento
do que sofrer sem amar…
180
Se a chuva cai mansamente,
me fazendo meditar,
dá no coração da gente,
louca vontade de amar..
181
Se chorei, também choraste,
naquela tarde vazia,
hoje sou um velho traste,
já sem qualquer serventia.
182
Segue teu rumo que eu sigo
o meu destino também,
se não pude andar contigo
vou procurar outro alguém…
183
Sejam as trovas singelas
como as flores de um jardim,
e assim serão as mais belas
pérolas de um mar sem fim.
184
Seja pobre ou seja rica
a rima é uma canção,
a saudade sempre fica
depois que os versos se vão.
185
Sempre existe na existência
pra nos fazer infeliz,
um amor sem convivência
que a gente esperou e quis.
186
Se pudesses compreender
a paixão que me enlouquece,
nunca mais o teu viver
uma só mágoa tivesse…
187
Ser feliz nesta existência
Talvez apenas consiste
Em demonstrar na aparência
Ser sempre alegre e não triste…
188
Se tens amor e resistes
às ligações perigosas,
teus dias não serão tristes
e viverás entre rosas…
189
Se te querer foi loucura,
eu serei um triste louco,
por te dar tanta fartura
e ter em troca tão pouco.
190
Sócrates assim dizia:
“Eu só sei que nada sei.”
E com tal filosofia
eu também responderei.
191
Sofro por ti, me atormento
a cada instante que passa;
e neste martírio lento
vou vivendo na desgraça…
192
Só não compreende a ventura
de um simples beijo roubado,
uma infeliz criatura
que não foi apaixonado.
193
Sou um simples trovador
que vive cantando ao léu;
e faço apenas do amor
o meu precioso troféu !
194
Tão rápida a vida passa,
nem se chega a perceber,
pois é como uma fumaça
pelo espaço a se perder…
195
Tenho amor e penso nela
toda noite, todo dia,
cada vez está mais bela
no meu céu de fantasia…
196
Tens a beleza estampada
nos olhos, lábios e faces;
a cada nova alvorada
em meu coração renasces.
197
Ter-te comigo sozinha
Numa noite enluarada,
É toda a vontade minha
E nem desejo mais nada.
198
Tinha tudo a meu favor
e não vivia ao relento,
se tu foste meu amor,
passaste assim como o vento…
199
Tinha um sonho benfazejo,
ao raiar da adolescência,
ser um cantor sertanejo
para as prendas da querência.
200
Toda noite durmo e sonho
com os teus olhos brilhantes,
porque teu rosto risonho
nem me deixa por instantes…
201
Trovas de amor e saudade
trazem mil temas diversos,
mas predomina a amizade
nascendo de tantos versos…
202
Tua pele morena clara
Tem um quê de sedutor,
Não sei com que se compara…
Deve ter muito calor.
203
Tudo não passou de um sonho
tão rápido e fugidio;
um pensamento enfadonho
que de nada me serviu.
204
Um casamento perdura
pela amizade e o respeito,
pois quem ama com ternura
só vê amor, não defeito !
205
Vai-se um amor… outro vem…
e assim se passam os dias.
Os nossos sonhos também
são de mágoas e alegrias.
206
Vive de amor, se te apraz,
e nunca percas a calma;
porque a verdadeira paz
só se encontra dentro da alma.
207
Vivemos na contingência
de alimentar a crendice,
que o caminho da existência
vai nos levar à velhice.
208
Vivia fazendo versos,
crendo ser feliz, enfim,
vejo-os agora dispersos
e faço trovas pra mim…
209
Vou reler Mário de Andrade,
os poemas são assim;
falam a realidade:
este, portanto, seu fim.
210
Vou vivendo na incerteza
de assumir o nosso amor;
a renúncia tem tristeza,
da tristeza surge a dor…
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