1
A bengala que rastreia
os caminhos, sem cansaços,
é feito a luz que se alteia,
guiando o cego em seus passos.
2
A brisa doce e envolvente
traz seu perfume - que incensa
a saudade - e, novamente,
eu sinto a sua presença!
3
As vagas brancas, rendadas
vêm seu bramido amainar
nas areias nacaradas,
que são molduras do mar.
4
A tempestade de areia
minha trilha não ofusca,
pois fulge a crença e norteia
os meus passos nestas busca.
5
A vigília tem seu jeito
de inquietar meu coração.
Fica ao meu lado no leito,
despertando a solidão.
6
Bendiz a lida na enxada
o lavrador quando sente
cheiro da terra molhada
fertilizando a semente.
7
Cai o idoso num tropeço,
derrubando uma guria,
depois… paga um alto preço
por uma noite de orgia.
8
Criam mentiras e ofensas
um abismo entre nós dois
que vai minar nossas crenças
num romance sem depois.
9
Das mãos de Deus vai caindo,
em forma de chuva mansa,
a bênção da água…e espargindo
as sementes da esperança.
10
Desato os nós do passado
e as tramas de um sonho eu teço:
sonho é tear encantado
que motiva o recomeço.
11
Disse o carteiro, confuso:
- mora aqui o “seu” Leitão?
- Não mais, respondeu o luso:
virou torresmo e sabão.
12
Estás distante... a inquietude
a minha vida consome.
E, na prece, em solitude,
a ladainha é o teu nome.
13
Fecunda o ventre rosado
do amor, a fértil semente
e, a mãe, abriga um legado
que é futuro em seu presente…
14
Feito um luzeiro divino,
o mestre guia o estudante
na conquista de um destino
produtivo e fulgurante.
15
Finda o dia... A noite desce...
Tudo invade sem tardança.
Então, meu sonho adormece
à sombra de uma lembrança.
16
Homem da terra!… No entanto,
por sua sabedoria,
meu pai resplendia tanto
que se fez estrela – guia.
17
Insensatez?! Não! As horas,
no limiar do sol-pôr,
eu eternizo em auroras
nos braços do meu amor.
18
Manda notícia! É o que peço.
Basta dizeres: “Eu te amo”.
E esperarei teu regresso,
saudosa mas sem reclamo.
19
Minha vigília parece
ritual que me consome
na ladainha da prece,
digo, em delírio, teu nome.
20
Mostra o leito em desalinho
que a indiferença trocamos
pelas juras e carinho
quando o amor nós celebramos.
21
Na inspiração… devaneios,
num ritual sem esperas,
dou asas aos meus anseios,
recriando primaveras.
22
Na madrugada, em teus braços,
o nosso amor se faz pleno.
E o desejo, com seus laços,
torna este mundo pequeno.
23
Não rasgue a terra em trincheiras
onde a guerra esconde a dor.
Plante malvas nas floreiras,
componha versos de amor.
24
No alvor, o sol com magia
os véus da noite descerra.
E boceja um novo dia
junto à franja azul da serra.
25
No barco do amor navego,
sem tristezas nem cansaços,
e sou cativa - não nego,
das correntes dos teus braços!
26
No brilho do teu olhar,
a tua alma é refletida.
Nesse encanto, eu vou buscar
o norte da minha vida.
27
No instante da despedida,
o pranto contido... o adeus,
marcando por toda a vida
renúncia dos sonhos meus.
28
No seu talvez reticente,
senti acordes de adeus,
e, em farrapos, de repente,
me despi dos sonhos meus.
29
O meu peito maltratado
por um talvez sem razão
é menino de recado
que a resposta aguarda em vão.
30
Partes com indiferença
sem adeuses nem sinais
e crias barreira imensa
para abafar os meus ais.
31
Passa o tempo... E se renova
toda energia perdida:
a melhor idade prova
que a idade é prova de vida.
32
Pescador, em travessia,
leva a fé como se fosse,
no labor do dia a dia,
o seu cantil de água doce.
33
Professor em sua trilha,
iluminando outro ser,
cultiva o dom da partilha
na partilha do saber.
34
Quando volto à antiga herdade,
ouço do passado o canto...
E, no colo da saudade,
toda notícia é acalanto…
35
Quase seco, em lodo, o rio
segue lento sem cantar:
natureza em desafio
tentando o homem alertar.
36
Receio os falsos anelos
que deixam, sempre, o vazio:
são quais sonhos paralelos,
margens opostas de um rio.
37
Revendo a pesada conta
que a vida me faz pagar,
a prova dos nove aponta
que eu nunca soube "somar"!
38
Roçando da noite o véu,
o tempo, que tudo invade,
desvenda aos círios do céu
mistérios da eternidade.
39
Rompeste um antigo laço
contudo, mantenho aceso
este amor que não desfaço,
mas disfarço com desprezo.
40
Se agora o tempo que resta
é pouco para nós dois,
façamos dele uma festa,
pois nada conta o depois!
41
Se a tempestade de areia
a minha visão embaça,
o lume da fé se alteia
e mostra que tudo passa!
42
Segue o amigo de verdade
ao nosso lado onde for,
ou, em forma de saudade,
no alforje do viajor!
43
Se o desejo me arrebata,
preceitos são esquecidos:
vivo paixão insensata
na linguagem dos sentidos.
44
Se, por receio, o meu sonho
perde a magia ou a cor,
de novo, o torno risonho
por força do nosso amor!
45
Sinto a saudade roçar
o véu do tempo... E, acordado,
em sonho, vou resgatar
todo o encanto do passado.
46
Tu partiste!… E, no abandono,
perdi minha identidade,
pois nem de mim sou mais dono,
sendo escravo da saudade.
47
Véus do tempo, lentamente,
ganham a bênção contida
no brinde do sol nascente
que, em seu bojo, traz a vida.
A bengala que rastreia
os caminhos, sem cansaços,
é feito a luz que se alteia,
guiando o cego em seus passos.
2
A brisa doce e envolvente
traz seu perfume - que incensa
a saudade - e, novamente,
eu sinto a sua presença!
3
As vagas brancas, rendadas
vêm seu bramido amainar
nas areias nacaradas,
que são molduras do mar.
4
A tempestade de areia
minha trilha não ofusca,
pois fulge a crença e norteia
os meus passos nestas busca.
5
A vigília tem seu jeito
de inquietar meu coração.
Fica ao meu lado no leito,
despertando a solidão.
6
Bendiz a lida na enxada
o lavrador quando sente
cheiro da terra molhada
fertilizando a semente.
7
Cai o idoso num tropeço,
derrubando uma guria,
depois… paga um alto preço
por uma noite de orgia.
8
Criam mentiras e ofensas
um abismo entre nós dois
que vai minar nossas crenças
num romance sem depois.
9
Das mãos de Deus vai caindo,
em forma de chuva mansa,
a bênção da água…e espargindo
as sementes da esperança.
10
Desato os nós do passado
e as tramas de um sonho eu teço:
sonho é tear encantado
que motiva o recomeço.
11
Disse o carteiro, confuso:
- mora aqui o “seu” Leitão?
- Não mais, respondeu o luso:
virou torresmo e sabão.
12
Estás distante... a inquietude
a minha vida consome.
E, na prece, em solitude,
a ladainha é o teu nome.
13
Fecunda o ventre rosado
do amor, a fértil semente
e, a mãe, abriga um legado
que é futuro em seu presente…
14
Feito um luzeiro divino,
o mestre guia o estudante
na conquista de um destino
produtivo e fulgurante.
15
Finda o dia... A noite desce...
Tudo invade sem tardança.
Então, meu sonho adormece
à sombra de uma lembrança.
16
Homem da terra!… No entanto,
por sua sabedoria,
meu pai resplendia tanto
que se fez estrela – guia.
17
Insensatez?! Não! As horas,
no limiar do sol-pôr,
eu eternizo em auroras
nos braços do meu amor.
18
Manda notícia! É o que peço.
Basta dizeres: “Eu te amo”.
E esperarei teu regresso,
saudosa mas sem reclamo.
19
Minha vigília parece
ritual que me consome
na ladainha da prece,
digo, em delírio, teu nome.
20
Mostra o leito em desalinho
que a indiferença trocamos
pelas juras e carinho
quando o amor nós celebramos.
21
Na inspiração… devaneios,
num ritual sem esperas,
dou asas aos meus anseios,
recriando primaveras.
22
Na madrugada, em teus braços,
o nosso amor se faz pleno.
E o desejo, com seus laços,
torna este mundo pequeno.
23
Não rasgue a terra em trincheiras
onde a guerra esconde a dor.
Plante malvas nas floreiras,
componha versos de amor.
24
No alvor, o sol com magia
os véus da noite descerra.
E boceja um novo dia
junto à franja azul da serra.
25
No barco do amor navego,
sem tristezas nem cansaços,
e sou cativa - não nego,
das correntes dos teus braços!
26
No brilho do teu olhar,
a tua alma é refletida.
Nesse encanto, eu vou buscar
o norte da minha vida.
27
No instante da despedida,
o pranto contido... o adeus,
marcando por toda a vida
renúncia dos sonhos meus.
28
No seu talvez reticente,
senti acordes de adeus,
e, em farrapos, de repente,
me despi dos sonhos meus.
29
O meu peito maltratado
por um talvez sem razão
é menino de recado
que a resposta aguarda em vão.
30
Partes com indiferença
sem adeuses nem sinais
e crias barreira imensa
para abafar os meus ais.
31
Passa o tempo... E se renova
toda energia perdida:
a melhor idade prova
que a idade é prova de vida.
32
Pescador, em travessia,
leva a fé como se fosse,
no labor do dia a dia,
o seu cantil de água doce.
33
Professor em sua trilha,
iluminando outro ser,
cultiva o dom da partilha
na partilha do saber.
34
Quando volto à antiga herdade,
ouço do passado o canto...
E, no colo da saudade,
toda notícia é acalanto…
35
Quase seco, em lodo, o rio
segue lento sem cantar:
natureza em desafio
tentando o homem alertar.
36
Receio os falsos anelos
que deixam, sempre, o vazio:
são quais sonhos paralelos,
margens opostas de um rio.
37
Revendo a pesada conta
que a vida me faz pagar,
a prova dos nove aponta
que eu nunca soube "somar"!
38
Roçando da noite o véu,
o tempo, que tudo invade,
desvenda aos círios do céu
mistérios da eternidade.
39
Rompeste um antigo laço
contudo, mantenho aceso
este amor que não desfaço,
mas disfarço com desprezo.
40
Se agora o tempo que resta
é pouco para nós dois,
façamos dele uma festa,
pois nada conta o depois!
41
Se a tempestade de areia
a minha visão embaça,
o lume da fé se alteia
e mostra que tudo passa!
42
Segue o amigo de verdade
ao nosso lado onde for,
ou, em forma de saudade,
no alforje do viajor!
43
Se o desejo me arrebata,
preceitos são esquecidos:
vivo paixão insensata
na linguagem dos sentidos.
44
Se, por receio, o meu sonho
perde a magia ou a cor,
de novo, o torno risonho
por força do nosso amor!
45
Sinto a saudade roçar
o véu do tempo... E, acordado,
em sonho, vou resgatar
todo o encanto do passado.
46
Tu partiste!… E, no abandono,
perdi minha identidade,
pois nem de mim sou mais dono,
sendo escravo da saudade.
47
Véus do tempo, lentamente,
ganham a bênção contida
no brinde do sol nascente
que, em seu bojo, traz a vida.
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