Adeus - expressão ingrata
que a vida um dia inventou,
e a gente, na mesma data,
sem querer, patenteou !
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Agonia é ver teus passos
numa pressa que alucina,
e saber que, noutros braços,
a tua pressa termina !
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Ao ver um índio passar
com seu cocar grandalhão,
pôs-se o pirralho a gritar:
- Olha, mãe... Que petecão!
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A viúva, irreverente,
contava tanta piada,
que o “defunto” de repente
gritou bem alto: – CALADA!
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Calçada do meu recanto,
se eu voltar a te pisar,
a saudade pesa tanto
que é capaz de te quebrar.
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Com um ciúme tremendo,
o galo teve um desmaio,
porque a franga anda sofrendo
de bico-de-papagaio.
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Confusa ficou Talita
ao perguntar ao filhinho:
– “Você sabe o que é tablita?”
E ele: – “É a mãe do tablitinho!”
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Coração - Casa em ruínas,
onde a espera se instalou,
e o adeus rasgou as cortinas
que a saudade costurou!
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Da tua ausência estou farta
(ensaio a mensagem breve)...
meu coração dita a carta,
mas o orgulho não escreve!
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Dentro do armário, um gemido
eriçou tudo que é pelo...
Era um "fantasma" escondido
que batera o cotovelo!
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De cama encontrei Maria
com Dengue. Como é que pode?
Até hoje eu não sabia
que Dengue usava bigode!…
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De saudades andam fartas
as cartas que estou mandando,
não cabe nas mesmas cartas
o amor que está te esperando.
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Entre um suspiro e um lamento
é constante o meu sofrer,
pois morro a cada momento,
com medo de te perder.
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É tão "fraco" o Xavier,
que ao chegar embriagado,
explicou para a mulher:
- foi trânsito "engarrafado"!...
-
É tão roxa por novela,
a mulher do Serafim,
que, se alguém chama por ela
ela responde: - Plim-plim !
-
É um poema à tarde breve
que agoniza em meu quintal:
– o teu jeans toca, de leve,
meu vestido no varal.
-
- Eu gostaria de ver
um fantasma - a sogra fala.
E o genro, sem se conter:
- Tem espelho ali na sala!
-
Fica um só momento ainda!
Não importam teus deslizes:
– afinal, é sempre linda
toda mentira que dizes.
-
Meus pecados reconheço,
meu São Francisco bendito:
– não me dês o que mereço,
mas sim o que necessito…
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Modista das estações,
num traje verde-hortelã,
a flora prega botões
no vestido da manhã!
-
Não há vidas sem amores...
Noite não há sem o dia...
nem arco-íris sem cores...
nem Friburgo sem poesia.
-
Na porta o trinco a girar...
No peito, um sino em repique...
Não basta você chegar;
Deus queira que você fique!
-
Nas quedas, não desistir
Ter esperança. . . Tentar!.
- O pior não é cair,
mas não querer levantar!
-
O papagaio do Andrada
capricha no palavrão,
sempre que vê a empregada
pondo "louro' no feijão!
-
O suspiro está perfeito,
mas é tão pequenininho
que deve ter sido feito
com ovos...de passarinho!
-
Planejo a carta e o maldoso
orgulho logo desponta
E caneta de orgulhoso
não tem tinta e não tem ponta!
-
Por capricho ou por maldade,
partiste... Não vais voltar...
E o que faço da saudade
que ficou no teu lugar?
-
Por duas frases trocadas
e um só orgulho depois,
estão todas as calçadas
estreitas para nós dois..
-
Pra barata foi bem chato
descobrir que a baratinha
anda curtindo um barato
pelos cantos da cozinha!
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Prazer no vício... Onde a graça
de um destino mais ameno?
- Nada vale o ouro do taça
se o conteúdo é veneno !
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Qual poema improvisado,
nosso amor se transformou,
num verso de pé-quebrado
que o destino publicou.
-
Quando a mulher foi chegando,
o cara perdeu a fala,
pois trazia um "contrabando"
tossindo no porta-mala!
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Quando vejo um tubarão,
eu me arrepio, me encolho.
Por isso é que o camarão
tem sempre as barbas de molho!
-
Se sofrer é, realmente,
tão ruim como se diz,
por que existe tanta gente
tentando ser infeliz?!…
-
Timidez, irmã do medo,
sabe tão bem me conter,
que me faz guardar segredo
do que mais quero dizer!...
-
Um caráter mal formado
em desculpas se resume :
– Faz do destino o culpado
dos erros que não assume.
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Vendo a caipira agitada
- "É carma" explica o guru.
E o caipira: – "É carma nada;
É nervosa pra chuchu !...”
-
Você nem sabe a ventura
que me traz seu bem-querer:
– se é paixão ou se é loucura,
eu não quero nem saber!
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Volto a contemplar a esmo,
ao luar, o meu recanto,
o luar parece o mesmo,
mas o lugar mudou tanto!…
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Vou dar-lhe um beijo amoroso,
mas, por favor, não se oponha!
- Se beijar é vergonhoso,
quero morrer de vergonha!
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