quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Brandina Rocha Lima


1
Alegria… alma embalada
de sonhos, de madrigais…
Tristeza… fim de jornada,
sem sonhos… sem nada mais…
2
Alegria… dom divino
que nasce dentro do ser,
quando um sonho pequenino
tem vontade de crescer…
3
Da Manjedoura ao Calvário,
o mundo encheu-se de luz,
no divino itinerário
percorrido por Jesus.
4
Dar um pouco de carinho
ao carente – nosso irmão –
no seu triste descaminho,
vale mais que dar um pão.
5
É penosa - e não me iludo!
- essa exaustiva jornada:
- ontem, em busca de TUDO...
- hoje, a caminho do NADA.
6
Fique alerta, coração,
não deixe o sonho passar…
pois, todo sonho é ilusão:
– jamais vem para ficar!
7
Foste aurora em minha vida,
meu sol de felicidade…
Hoje, és estrela perdida
no céu de minha saudade…
8
Fui sempre um pobre Palhaço
no Circo do meu viver,
rindo do próprio fracasso,
tentando a dor esconder…
9
Hoje, que dias tristonhos
te assaltam – triste e sozinho -
voltaste em busca dos sonhos
que deixaste no caminho…
10
Num dolente fim de tarde,
junto as mãos… e numa prece,
aconchego-me, covarde,
na saudade que me aquece…
11
Olhando o sol escaldante,
sertanejos, lá se vão...
No rosto do retirante,
há mais água que no chão!
12
O Martírio da Paixão
ao consumar-se na Cruz,
legou um Mundo Cristão
e a Terra cheia de Luz…
13
O Sonho é qual a fumaça
que se expande ao nosso olhar.
É belo, enquanto não passa,
mas, desaparece no ar…
14
Os teus penachos dourados,
Canavial… sempre ao léu…
lembram braços levantados
pedindo chuvas ao céu!
15
Quanto tempo estive… quanto!
fingindo que te esqueci…
quase que sequei meu pranto,
de tanto chorar por ti…
16
Reguei de noite e de dia,
com o orvalho do meu pranto,
a sementeira vazia
de sonho… E estéril de encanto!
17
São dois padrões de grandeza,
dois infinitos no mundo:
– O Céu: encanto e beleza…
– O Mar: mistério profundo…
18
Se a chuva desce lá fora
e corre pela calçada,
é pranto do céu… que chora
por quem não crê em mais nada…
19
Se algum dia uma saudade
maltratar teu coração,
volta! Que a felicidade
vai-te aguardar no portão…
20
Sem saber que havia escolhos
nesta vida, eu submergi
no lago azul de teus olhos
e nunca mais emergi…
21
Toda vez que você passa,
fingindo que não me vê,
meu coração descompassa
e corre atrás de você…
22
Uma cadeira vazia
fica perto da janela:
- a meu lado, todo dia,
a saudade senta nela.

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