1
A prata dos meus cabelos
é o tributo que ganhei
pelas horas de desvelos
que a meus filhos dediquei.
2
A vida é muito restrita,
sequer se aprende a viver.
Quando a gente se habilita,
já é tempo de morrer.
3
Doutora, artista ou atleta…
Pode a mulher ser a “tal”;
mas ela só se completa
no trabalho maternal.
4
É Natal na terra inteira,
é Natal no meu Brasil!
Cesse a guerra na trincheira!
Cale a boca do fuzil!
5
Estas palavras bonitas
que eu escrevo com fervor,
com fervor por mim são ditas:
Deus, Fé, Brasil, Paz e Amor!
6
Eu encontrei certo dia,
em horas de tempestade,
o meu sonho que morria
nos braços de uma saudade.
7
Já tive muita esperança,
mil sonhos acalentei!
Hoje, vivo da lembrança
desses sonhos que sonhei.
8
Joga o destino comigo
um jogo sem lealdade,
pois não é meu inimigo
e me trata com maldade.
9
Me ceguem, me façam mudo,
me roubem todo o Universo,
me tirem, me roubem tudo
mas não me roubem meu verso!...
10
Meu destino caprichoso,
mas pobre de inspirações,
fez-me um livro volumoso
de velhas desilusões.
11
Mil caminhos percorridos,
mil retalhos já deixei
dos sonhos desvanecidos
nas renúncias que abracei...
12
Minha casinha tão pobre
serve de abrigo a esperanças:
– Dinheiro embora não sobre,
sobram risos de crianças!
13
Na mortalha não há bolso,
nem há cofre no caixão:
– Se você é ambicioso,
contenha sua ambição.
14
Não coleciono por gosto,
nem é por obrigação,
mas somente de desgosto
é que eu faço coleção!
15
Não deves viver a esmo,
procura, pois, viver certo.
– Pior perder-se em si mesmo
que perder-se num deserto.
16
Não há dinheiro que pague
sinceridade e afeição.
E não há tempo que apague
a dor de uma ingratidão.
17
Nascesse o fruto maduro,
fosse doce a água do mar,
mesmo assim eu asseguro:
iria alguém reclamar.
18
No meu jeito de viver,
e no meu modo de agir,
evito sempre dizer
o que não desejo ouvir!...
19
Por uma estrada comprida
um carro segue gemendo...
Triste ironia da vida!
Os bois é que vão sofrendo...
20
Quando a pessoa é vulgar,
deixa logo perceber:
Não faz mais que copiar
o que não consegue ser.
21
Quando gritou “Terra à vista!”
Cabral já havia sonhado
ser o primeiro turista
desse Brasil encantado.
22
"Quem duvida perde a vida"
é um ditado popular.
A vida sempre é perdida
para quem não sabe amar...
23
Quem me dera a liberdade
das folhas soltas ao vento
do coqueiro da saudade
que habita meu pensamento!
24
Se tu não podes ser flor,
não queiras ser um espinho:
segue semeando amor
ao longo do teu caminho.
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