A alegria bate à porta
do coração sossegado...
Ele até pouco se importa:
quer ficar inebriado...
A cada estrela cadente,
novo pedido se faz...
Eu peço a ela, somente,
que este mundo viva em paz...
A densidade da dor,
não se mede pelos ais...
Quem se cala por amor,
sempre sofre muito mais...
Agora parece pouco,
mas que novela que era
aquele período louco:
nosso tempo de paquera.
Ah! O tal fundo do poço
é sempre surdo aos clamores...
Um infernal calabouço
De angústias e muitas dores...
A menina que cantava,
no portão, linda canção,
nem notou que assim estava
me roubando o coração...
A novela mais vivida,
Não vou contá-la. Não devo...
É aquela que, comovida,
no meu dia a dia, escrevo...
Chora na noite estrelada
pelo amor que se perdeu...
E a lua diz, acanhada:
- Este poder não é meu...
Continuemos a rotina
desta jornada comprida,
antes que feche a cortina
do grande palco da vida...
Demora... pressa... ansiedade...
sensações tão passageiras...
Parecem eternidade
nas nossas paixões primeiras...
Depois de ouvir trovadores
vindos de estados distantes,
Guaiba não é mais, senhores,
o mesmo rio que era antes...
Desce do céu uma luz,
com suave e alegre brilho:
é o sorriso de Jesus
quando um pai abraça o filho...
Dos brinquedos de criança,
lembro pião e amarelinha...
Lembro a menina de trança...
E esta saudade é só minha.
Em época tão precária
e tempos tão conturbados,
a lua, tão solitária,
é a deusa dos namorados...
Era um marasmo qualquer
no mundo que Deus criou...
Surgiu, enfim, a mulher,
e a calmaria acabou...
És, da juventude, amigo...
Oh, que rica convivência...
Quero-te sempre comigo,
até o final da existência...
Fazer artes era a norma
da criança ingênua e pura...
Chega o cupido... e transforma
a sua vida em pintura...
Fiquei de vir... e não vim
com a roupa cor de anil...
Meu clone veio por mim:
era Primeiro de Abril!
Inspiração é somente
quando, cheia de emoção,
transborda a alma da gente
e foge do coração...
Jogar xadrez, que beleza,
mudar pedra ao deus-dará...
Xeque-mate, com certeza,
na hora certa virá...
Jogos Florais cá do Porto
muito Alegre dos casais,
reuniu trova e conforto
na feira à beira do cais.
Lá no baú procuramos
Nosso ursinho de pelúcia...
De lá nós o resgatamos,
com amor e com astúcia...
Meio século de união
faz de duas, uma vida.
E medita o coração:
- Mas que novela comprida!
Muita saudade deixou
aquele que me quis bem.
Saudade de quem ficou
nos braços de outro alguém...
Na odisséia desta vida,
em corrida estabanada,
fui criança destemida...
Hoje sou vovó cansada...
Não ouça o mundo presente,
nunca mais, os sons da guerra...
Surja da paz a semente
ao acalanto da Terra.
Naquela chuvinha andavam
os tamancos de madeira...
E a menina torturavam
com a sua barulheira...
Neste jardim da existência,
és minha flor mais querida...
A tua suave essência
é estrela na minha vida...
Nos despertando ternura,
dorme a criancinha... e sonha...
E, na mais doce postura,
a acalenta a mãe risonha...
Nossa UBT te convida
para conosco trovar...
Trovar é boa pedida
para quem quer inovar...
No vai-vem do dia a dia,
tudo sobe, nada desce...
Só o dinheiro da Maria
do bolso desaparece...
O amor nos aquece a alma,
num sentimento profundo.
E nós dois, com muita calma,
incendiaremos o mundo...
O filho é fruto do pai
e o pai é fruto do filho...
Semente que perto cai,
o amor faz seguir no trilho...
Olho a luz da janela
e fico assim bem quietinho...
Quem sabe um abraço dela
vem aquecer o meu ninho?
O seu gesto, ao abanar-me,
deixa-me em dúvida agora:
não sei se estás a chamar-me,
ou queres mandar-me embora...
Para envolver-te em meus braços,
te fazer enlouquecer,
te cobrir de mil abraços,
só deusa eu queria ser...
Para quem anda estressado,
perdendo quase a coragem,
num minuto aproveitado
a trova leva a mensagem...
Para todos nasce o sol...
E o luar, bem de mansinho,
vem cobrir, como um lençol
de esperanças, o caminho...
Pela sua professora,
quem não esteve apaixonado?
levando um choque na hora
em que a vê com o namorado...
Pra buscar água na fonte,
vou alongando meus passos...
Tenho que cruzar a ponte
que me leva até teus braços...
Qual estrela luzidia,
chegastes em minha vida,
para com tua alegria
encontrar em mim guarida...
Quando estás longe de mim,
minha vida é nostalgia.
Perto, alegria sem fim.
O nome disto é magia.
Quem irá compreender
o enigma que aqui vai:
o tal nenê que, ao nascer,
produziu o próprio pai?
Quem quiser saber meu nome
tem que descobrir primeiro
o vício que me consome:
sou trovador brasileiro.
Que surpresa, ele malogra
no apagão daquele dia:
termina beijando a sogra,
em vez da própria guria...
Solidão traz apertado
o coração sofredor
que desperta inebriado
ao toque do novo amor...
Tem nas mentes dos poetas
fantasmas esvoaçantes
que brincam, soltando inquietas
as lembranças delirantes...
Tempestades de tristeza
assolam a noite fria...
Depois fogem com presteza
ao raiar do novo dia...
Uma nuvem passageira
escureceu nosso céu...
Se tu voltares, ligeira,
afastarás este véu...
Um raio de luz parece
esta cena tão singela:
calmo nenê que adormece
enquanto a mãezinha vela...
Um sorriso afivelado
num rosto, antes tão frio,
transforma um homem calado
num personagem de brio.
Vovô vive na incerteza
a cada dia que passa...
Pois vê, com muita tristeza,
a brasa virar fumaça...
Vivi a vida inutilmente
só tentando te esquecer...
Mas descobri, finalmente,
que te amar é que é viver.
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