quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Lourice Conceição Saliba


Água que desce a montanha
leva o rio a se formar...
E afluentes arrebanha
para desaguar no mar!

Crianças em algazarra
aguardam a avó querida;
e a mais esperta é que agarra
a boneca preferida...

Desde muito cedo canta,
e salta de galho em galho,
assim ele sempre encanta,
não tendo nenhum trabalho...
(R: passarinho)

Dias felizes, ligeiro
o tempo as horas marcou...
e aquele amor verdadeiro
foi morrendo e se acabou!

Fagueira, no seu prateado,
surge a lua no esplendor...
E embala o enamorado
pela emoção e o amor!

Já vou indo pela estrada
de chapéu, mala na mão,
caminhando acompanhada
de minha grande emoção!

Malandro toca pandeiro,
gira, gira no gingado,
e a mulata por inteiro,
se perde no rebolado.

Num casulo bem fechado,
por dias permaneceu,
e em voo desabalado,
numa árvore apareceu.
(R: borboleta)

O homem que é tão imprudente
polui o rio sem temor;
com o lixo, inconsequente,
suja a água ao seu dispor...

Olhando a taças de vinho,
lembrei do tempo passado,
quando feliz no meu ninho
festejamos... Meu amado!

Ontem, vagem fechadinha,
hoje aberta e debulhada;
pode ser bem salgadinha,
ou, doce pra namorada.
(R: amendoim)

Quem sou? Já sou bem antigo,
transmitindo o meu saber,
em minhas folhas abrigo,
tudo que é bom conhecer...
(R: livro)

São ondas que não acabam,
trazem murmúrio gostoso,
nesse rolar também lavam,
tristezas de desditoso...

Sempre fui um beijoqueiro
e voando de flor em flor,
passo a vida por inteiro
a enaltecer meu amor!
(R: beija-flor)

Sob um céu azul brilhante,
surge um ipê amarelo;
o seu florido ofuscante
torna este dia tão belo!

Tira o sossego do sono,
zunido perturbador.
Como ser humano aciono,
um veneno destruidor.
(R: pernilongo)

Trova, trova, o trovador,
leva poesia e alegria,
canta os sonhos e o amor
e nos enche de magia.

Vamos gente brasileira,
precisamos com urgência,
levantar nossa bandeira
de honradez e de decência!

Vivo num buraco escuro,
tenho peludo inimigo,
medroso corro no muro,
fugindo desse perigo.
(R: rato)

Voando feliz, saltitante,
sigo só assim pela vida,
bem curta de caminhante
nesse voo enlouquecida.
(R: borboleta)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

José Valdez de Castro Moura (Trovas em Preto & Branco)

  por José Feldman Análise das trovas e relação de suas temáticas com literatos brasileiros e estrangeiros de diversas épocas e suas caracte...