Acordei de uma soneca,
com uns gritos de socorro;
era o "Ricardão", de cueca,
correndo do meu cachorro!!
2
A fúria da natureza,
que pode arrastar um trem,
nos faz sentir, com clareza,
que somos simples ninguém...
3
A garota desfilava,
numa saia tão justinha,
que na estação onde estava,
até o trem saiu da linha...
4
Aos poucos vão se acalmando
minha tristeza e ansiedade
e o tempo vai transformando
a tua ausência em saudade.
5
Basta olhar com muito amor,
para se ver tudo assim:
em cada rosto uma flor
e o mundo um grande jardim!
6
Da juventude saudosa,
que ficou no meu passado,
ainda conservo a rosa
que hoje murcha do meu lado...
7
Elas prometem prazer,
porém, quem crê não tem sorte;
não vamos "pagar pra ver"
as drogas - vírus da morte!
8
Em ser feliz eu me empenho,
por isso vivo a cantar
e assim me esqueço que tenho
mil razões para chorar.
9
Em teus braços recupero
a minha serenidade;
és refúgio quando quero
fugir da realidade.
10
Esqueço os males da vida
e os sacrifícios que fiz,
quando vejo reunida
minha família feliz !
11
Eu não tenho ouro nem prata,
mas meu casebre na serra,
cercado por verde mata,
é meu céu aqui na Terra !
12
Lá no velório eu pensei:
a morte até faz sentido;
pelo menos me livrei
do "mala" do meu marido!!!
13
Levando um coice da mula,
minha sogra se mandou!
A mulinha nem calcula
o galho que me quebrou...
14
Minha cidade é de paz,
aqui nem se pensa em guerra,
porque lá só o bem se faz:
Natividade da Serra !
15
Na política sou novo,
porém, aprendi ligeiro:
antes de cuidar do povo,
vou cuidar de mim primeiro...!
16
O homem, pelo poder,
perde o rumo, sai da linha;
não percebe ou não quer ver
que para as trevas caminha.
17
Ontem fui à uma festa,
houve um fuzuê danado!
Com uma bala na testa,
regressei todo melado !
18
O pobre pai é vencido
pela angústia que o consome,
vendo o filho desnutrido,
sem poder matar-lhe a fome.
19
Para não se ver omissa,
com tantos injustiçados,
é que a estátua da Justiça
tem os seus olhos vendados.
20
Pode o mundo desabar,
a treva vencer a luz,
mas nada vai abalar
minha fé no Bom Jesus.
(BOM JESUS, de Tremembé)
21
Por mais que seja pesada,
não desprezes tua cruz,
pois verás, no fim da estrada,
a grande e divina luz!!
22
Quando penso em desistir
ao ver tantas desventuras,
sinto Deus me conduzir
e a fé me leva às alturas !
23
Queria gritar ao mundo
as injustiças que sei,
mas por um medo profundo,
o silêncio é minha lei.
24
Saio de cabeça erguida,
depois de tua traição,
pois encontrei a saída:
renúncia é a solução.
25
Santo Antonio, por favor,
me escute só um segundo:
quero lhe pedir o amor
que está faltando no mundo.
26
São tantos os erros meus,
que de coração contrito
me entrego nas mãos de Deus,
ao Seu perdão infinito.
27
Teu retrato pendurado
na parede à minha frente,
me faz voltar ao passado,
sem que eu saia do presente.
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