1
A lágrima, na verdade,
por seu poder infinito,
traduz com fidelidade
o que não pode ser dito…
2
Após longa caminhada
de perigos e cansaços,
encontrei doce pousada
na maciez dos teus braços.
3
Com primoroso carinho,
usando formosa teia,
as nuvens fazem caminho
por onde a lua passeia.
4
Depois de muitas andanças,
e tanta ilusão perdida,
vejo lindas esperanças
orvalhando minha vida.
5
Desgosto grande, profundo,
que me entristece e consome,
é o de saber que, no mundo,
crianças morrem de fome.
6
Em branda calma e sozinho,
sou bem feliz em mirar
a aurora vir de mansinho
colorindo o imenso mar…
7
Escuto o acalanto antigo
com tão pura nitidez,
que às vezes penso comigo:
estou na infância outra vez!
8
Eu afirmo, não suponho,
e essa certeza me anima:
- Toda beleza de um sonho
pode caber numa rima!
9
Eu me sinto satisfeito
quando, em horas sossegadas,
vejo no cais do meu peito
as saudades ancoradas.
10
Mágoas... E para esquecê-las,
assim sempre faço e fiz:
olho, ansioso, as estrelas,
sou novamente feliz!
11
Minha cidade é tão linda!
Não há de certo outra igual.
- Ostenta beleza infinda
no próprio nome: Natal!
12
No esplendor da lua cheia,
vejo, no meu delirar,
a saudade que passeia
no verde dorso do mar!
13
No pôr-do-sol comovente,
que de tristeza me invade,
rezo, enternecidamente,
uma oração de saudade.
14
Nos percalços desta vida,
quando a maldade nos corta,
é graça bem recebida
se alguém nos abre uma porta.
15
O Ano Novo sempre faz
renovar nossa vontade,
de ver a bendita Paz
reinando na humanidade.
16
O meu peito é velho cais,
onde o barco da saudade
descarrega sempre mais
lembranças da mocidade.
17
Onda de espuma enfeitada,
que nos encanta e deleita,
vem de longe e tão cansada,
que sobre a areia se deita...
18
Os males do mundo encaro,
e pela vida me arrisco,
tendo sempre o forte amparo
na oração de São Francisco.
19
O tempo, com seu poder,
tudo altera sem clemência,
mas não me faz esquecer
os sonhos da adolescência.
20
Pessoas, casos, andanças,
lances de vários matizes...
é garimpando lembranças
que tenho as horas felizes.
21
Quando o vaqueiro valente
se encontra longe de casa,
no seu aboio plangente
toda a saudade extravasa.
22
Quem atinge longa idade
cumpre cruel penitência:
- levar a cruz da saudade
até o fim da existência.
23
Se, às vezes, alguma treva
a minha estrada domina,
a Trova surge e me enleva,
e tudo então se ilumina.
24
Sinto-me bem satisfeito,
quando, em horas sossegadas,
vejo no cais do meu peito
as saudades ancoradas.
A lágrima, na verdade,
por seu poder infinito,
traduz com fidelidade
o que não pode ser dito…
2
Após longa caminhada
de perigos e cansaços,
encontrei doce pousada
na maciez dos teus braços.
3
Com primoroso carinho,
usando formosa teia,
as nuvens fazem caminho
por onde a lua passeia.
4
Depois de muitas andanças,
e tanta ilusão perdida,
vejo lindas esperanças
orvalhando minha vida.
5
Desgosto grande, profundo,
que me entristece e consome,
é o de saber que, no mundo,
crianças morrem de fome.
6
Em branda calma e sozinho,
sou bem feliz em mirar
a aurora vir de mansinho
colorindo o imenso mar…
7
Escuto o acalanto antigo
com tão pura nitidez,
que às vezes penso comigo:
estou na infância outra vez!
8
Eu afirmo, não suponho,
e essa certeza me anima:
- Toda beleza de um sonho
pode caber numa rima!
9
Eu me sinto satisfeito
quando, em horas sossegadas,
vejo no cais do meu peito
as saudades ancoradas.
10
Mágoas... E para esquecê-las,
assim sempre faço e fiz:
olho, ansioso, as estrelas,
sou novamente feliz!
11
Minha cidade é tão linda!
Não há de certo outra igual.
- Ostenta beleza infinda
no próprio nome: Natal!
12
No esplendor da lua cheia,
vejo, no meu delirar,
a saudade que passeia
no verde dorso do mar!
13
No pôr-do-sol comovente,
que de tristeza me invade,
rezo, enternecidamente,
uma oração de saudade.
14
Nos percalços desta vida,
quando a maldade nos corta,
é graça bem recebida
se alguém nos abre uma porta.
15
O Ano Novo sempre faz
renovar nossa vontade,
de ver a bendita Paz
reinando na humanidade.
16
O meu peito é velho cais,
onde o barco da saudade
descarrega sempre mais
lembranças da mocidade.
17
Onda de espuma enfeitada,
que nos encanta e deleita,
vem de longe e tão cansada,
que sobre a areia se deita...
18
Os males do mundo encaro,
e pela vida me arrisco,
tendo sempre o forte amparo
na oração de São Francisco.
19
O tempo, com seu poder,
tudo altera sem clemência,
mas não me faz esquecer
os sonhos da adolescência.
20
Pessoas, casos, andanças,
lances de vários matizes...
é garimpando lembranças
que tenho as horas felizes.
21
Quando o vaqueiro valente
se encontra longe de casa,
no seu aboio plangente
toda a saudade extravasa.
22
Quem atinge longa idade
cumpre cruel penitência:
- levar a cruz da saudade
até o fim da existência.
23
Se, às vezes, alguma treva
a minha estrada domina,
a Trova surge e me enleva,
e tudo então se ilumina.
24
Sinto-me bem satisfeito,
quando, em horas sossegadas,
vejo no cais do meu peito
as saudades ancoradas.
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