Abre a gaiola, menino,
deixa o pássaro voar.
Deus lhe deu este destino:
ramos verdes, sol e o ar.
A casa da minha sogra.
é lugar onde me escondo.
ninguém me pega, nem logra
em casa de marimbondo.
A droga muito entusiasma
menino inexperiente,
fazendo dele um fantasma,
um malvado e dependente.
A espuma do mar é doce,
mesmo ele sendo salgado,
o inventor fez com que fosse
sem sal o doce inventado.
A mulher é descansada!...
Preguiçosa é o que ela é,
pois faz sempre bem sentada
o que o homem faz em pé.
Ao dormir, os animais
permanecem sempre alerta.
Os homens e os ancestrais
só roncam de boca aberta.
Aqui vai um grande abraço,
num cacho do meu carinho
que, enrosquilhado num laço
tem cor e gosto de vinho.
Barata na marmelada
na banca do seu Abreu
chora, toda lambuzada
o “barato” que morreu.
Com meu olhar distraído
mal noto a vida danando,
num palco já escurecido
com a cortina fechando.
Cor: amarelo vibrante
Sabor: espetacular
Espuma: branca, constante.
Cerveja: bem de-va-gar.
Cumpre o dever com cuidado
que é uma nobre lei cristã.
O tempo desperdiçado
vai fazer falta amanhã.
Disse o tomate à banana,
ele que era só um fedelho:
- Não tire a roupa bacana,
que fico todo vermelho.
É fácil criar a trova.
Basta rimar a receita:
ter bom ritmo, ideia nova,
metrificação perfeita.
É inverno de manhãzinha...
campo branco de geada...
Chimarrão? Lá na cozinha,
onde a porta é franqueada.
Ela deixou sobre a mesa,
numa folha de papel,
cruel adeus... que vileza!
Uma flor e o meu anel.
Envolvido na emoção
e esplendor deste luar,
meu amor, peço perdão
se esqueci de te beijar.
Este poncho esfarrapado
é uma bandeira pra mim.
Na refrega desfraldado
acompanhou-me... até o fim.
É uma estação de lamentos,
tem um jeito de abandono.
Folhas cansadas de ventos
morrem no peito do outono.
Eu sou um barco sem leme
na falta da sua mão.
Sem apoio, a minha treme,
procurando amparo em vão.
Há, na enseada da vida,
três caravelas no cais:
Uma, esperança perdida
Duas, sofrendo demais.
Lua cheia na varanda,
suave aroma de flor
é a inspiração que comanda
a lira do trovador.
Luz modesta e pequenina
de valor raro, puríssimo
é a chama da lamparina
acompanhando o Santíssimo.
Minha mãe é tão velhinha,
delicada, carinhosa,
tem a cabeça branquinha,
mas o frescor de uma rosa.
Minha mãe quando mocinha
em cuidados e desvelos,
com a flor que mais convinha
enfeitava seus cabelos.
Nariz vermelho, gelado,
no inverno mal aguento.
É claro, segue pelado
na frente cortando o vento.
No verão, na minha terra,
vem mosquito safadão.
Faz zum... zum... e depois ferra.
deixa marca e comichão.
O bigode do compadre
vai ficar para depois.
Falo só no da comadre,
pois que vale pelos dois.
O biquíni no varal
balançando o dia inteiro
sem querer faz muito mal
aos rapazes do mosteiro.
O careca inteligente
que se salva como pode
não dá bola, vai em frente,
de cavanhaque e bigode.
O ciúme bem dosado
é uma taça de licor,
meio amargo, mas rosado,
numa bandeja de amor.
O ciúme pediu prazo
junto ao tribunal do amor.
O juiz deu fim ao caso
na solitária da dor.
O meu clone certo dia,
lá no céu tentou entrar,
mas, sem a carta de alforria,
São Pedrinho o fez voltar.
O meu marido pinguço
é feio como a desgraça
pobre, careca, dentuço,
e se afunda na cachaça.
O trovador se liberta
compondo versos risonhos.
É assim... uma porta aberta
nos paraíso dos sonhos.
O vento levou meu sonho,
rodopiou com vontade,
fez meu coração tristonho,
pergaminho da saudade.
Parabéns ao tropeirismo
por desbravar nossa terra,
pelejador do civismo
que faz conquista sem guerra.
Praia sem graça é aquela!
Só tem cara cabeludo,
pirralho feio e magrela
e velha mostrando tudo.
Praia!... Sol! Manhã risonha!
O ar vai ficando quente.
Ah! biquíni sem vergonha!
Não hã cristão que te aguente!
Quando não puder bater,
em teu peito o coração,
salva a vida de outro ser
na sublime doação.
Realidade da vida
que fica atrás da cortina,
liberal ou proibida,
é sempre a que mais fascina.
Roda do tempo girando,
no espaço largo sem fim
é como um disco gravando
a vida dentro de mim.
Se falar, tenha certeza.
Não diga palavra oca.
São joias da natureza
o que sai da sua boca.
Se no lugar por onde passas,
deixares bens e carinhos.
encontrarás também graças
e amores nos teus caminhos.
Solta a barca pescador!
Vai ao mar pescar com ela.
Fica em terra teu amor
aguardando na janela .
Tudo temos de pagar:
o pão, a roupa, a cachaça...
e quem não se conformar,
nem no céu entra de graça.
Uma estrelinha cadente
encontrou seu namorado.
Deu-lhe um beijo incandescente
e um abraço enluarado.
Vai caravela perdida,
nos grandes mares distantes,
como pétala esquecida
na saudade dos amantes.
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