sábado, 2 de março de 2019

Luci Barbijan


A beleza do poente
quando o Sol vai descansar,
se iguala, quando presente,
ao amor: “Luzes no Olhar”.

A dor que o coração sente,
ao partir um ser querido,
só deixa na nossa mente:
”Rastos de um amor partido”.

Ah! Quanto deleite e amor
tua carta me trazia
Cada palavra, uma flor;
cada frase... poesia.

A Lua sonha acordada
desejando o alvorecer.
Pelo Sol quer ser amada
no encontro, do amanhecer.

Amigo boleia a perna,
e apeia desse malhado.
Com minha amizade eterna,
dou-te um abraço apertado.

Ao gaúcho altaneiro
”que lutou por liberdade”.
Meu abraço verdadeiro,
chegue até na eternidade.

Ao partilhar bons momentos
qualquer coração se aquece.
Na união de pensamentos,
a tristeza, a gente esquece.

Ao ver a moça bonita,
desmanchou-se, bem de leve.
Não pelas formas da dita...
era boneco de neve.

A saudade me esporeia,
fere fundo o coração.
Meu pensar se desnorteia,
tão longe do meu rincão.

Boas lembranças eu trago
na bagagem desta vida.
Uma delas, sem embargo:
“o abraço” da mãe querida.

Canjica e broas de milho,
pro prazer da garotada.
Mais rosquinhas de polvilho..
E uma festa está formada .

Do fósforo da ilusão
deixei apagar a chama.
Sem qualquer outro senão,
Me afastei da tua cama.

Em todo castigo humano
o que, pra mim, tem valor,
é aquele que “mostra o engano”,
e não o que “causa dor”.

Foi um sono agitado,
resquício de um pesadelo,
quando na cama deitado,
sonhou ser um cogumelo.

Frente ao verdadeiro amor
a nossa vida floresce
No desabrochar da flor,
o empedernido enternece

GAIA: Terra, Mãe Divina.
cujo seio é guarida.
“In Natura” nos ensina
que amando-a, amamos a vida.

Graças vos damos Senhor
por nos livrar da “desdita”.
Pela Lua, Sol e Amor...
Por esta terra bendita.

Lá no bule o café cheira;
Na xícara, a fumegar.
E nós, ao pé da lareira,
no inverno, a nos esquentar.

Lá no fim das trevas - LUZ
dissipando a escuridão.
É a esperança que conduz
quem doa seu coração.

Limiar da própria vida
último sopro em ação.
voz sussurrante, sentida,
pediu e deu-lhe perdão.

Lindo carro, cor de breu,
veloz como um avião.
Sem motor e sem pneu
voa na imaginação.

Lua trigueira, no céu,
quis com Verão se casar.
Ela, esqueceu-se do véu...
Ele, esqueceu-se do altar.

Na corrida pela vida,
muitos amores passei
Mas, entre todos, querida
do teu, não me separei.

Na dança da nossa vida,
o tempo logo se esvai. 
E envoltos na própria lida,
o hoje não passa de um ai.

Na mente do trovador
as ideias vão e vem.
"No meu coração a dor.
Amei quem não me quis bem".

Na xícara, café quente;
no prato, um naco de pão.
Venha logo minha gente
saborear seu quinhão.

No âmago da minha vida
não entra nenhum vilão.
Nele apenas a batida
suave do coração.

No coxim da terra deito
para poder descansar.
No acalento deste leito
contigo quero sonhar.

No fim das trevas, a luz
dissipando a escuridão.
Esperança que conduz
no caminho da emoção.

No jardim da minha vida
roseiras mil, vou plantar.
No caixão, na despedida,
só uma rosa vou levar.

No pago, noite serena;
na roda, um bom chimarrão.
Um causo, uma cantilena
e a cuia de mão em mão.

Nos deitamos conversando...
e a madrugada chegou.
Toda a manhã, nos amando,
minha amada engravidou.

”Nunca te há de faltar nada”...
O velho lhe prometeu
Na hora mais esperada.
”soldado” nem se mexeu.

O brilho daquele olhar...
“Eta” menina sapeca!
Não querendo se casar,
fez do garoto - peteca.

O pecado do coveiro
foi não prestar atenção
nas joias que o relojoeiro
levou junto, no caixão.

Os amores descartáveis?
Cá na terra, não no céu!
Desses amores passáveis,
não se salva nem o véu.

Pensamentos do escritor
provoca muita emoção.
Mas precisa do leitor
para haver transformação.

Poeta da lua, sigo
na noite, luz prateada.
Sozinho, qual um mendigo,
esmolando o amor da amada.

Por meter o seu nariz
onde não fora chamado,
o rapaz, frente ao juiz,
acabou sendo julgado.

Quisera poder, um dia,
beijar-te com muito ardor.
Mesmo que na fantasia:
“retrato de um grande amor”.

Se com a caneta traço
pensamentos, no papel,
com minhas mãos eu abraço
um bom vinho MOSCATEL.

Sob o vidro espedaçado,
um retrato encontrei.
Tão antigo, amarelado,
infância que atrás deixei.

Suave, nascem da fonte
correm rumo ao seu destino,
Perdendo-se no horizonte
vão águas, em desatino.

Tuas tranças, menina,
quero de leve puxar.
És tão linda, feminina,
queres comigo casar?

Um bom livro sempre traz
conhecimento e prazer.
Nesta vida é mais capaz
quem escreve e sabe ler.

Velha tapera ruindo,
solitária: "Desamor".
Um pássaro construindo
novo ninho: "Muito amor".

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