1
A alegria desabrocha
no meio da nossa dor,
como na fenda da rocha
nasce, às vezes, uma flor.
2
A morte é paz e sossego,
nela outra vida começa,
mas se ela é doce aconchego
dou a vez quem tem pressa.
3
Aos músicos serve o som,
aos pintores serve a cor,
para servir o homem bom
existe apenas o amor.
4
A vida é página breve
que Deus em branco nos dá.
A gente é que nela escreve
coisa boa ou coisa má.
5
Com nova tinta e vestido,
uma esposa inteligente
dá, cada dia, ao marido,
uma mulher diferente.
6
Das mãos se juntam as palmas,
mas união não se alcança
se não se juntam as almas
numa perfeita aliança.
7
Desenvolver o turismo
é criar costumes sãos,
dar à vida dinamismo,
fazer os homens irmãos.
8
Disfarçando os seus horrores,
a humanidade iludida
espalha bonitas flores
sobre os abismos das vida.
9
Dizes mal do mundo todo,
mas a vida há que entendê-la:
na fonte onde encontras lodo
há quem descubra uma estrela.
10
Diz ser minha eternamente,
mas, na vida transitória,
mesmo a sua permanente
será sempre provisória.
11
Dos plágios não digas mal,
se és artista consagrado:
Quem fez algo original
foi Adão, e era pecado!
12
D. Pedro, um grande dos nossos,
movido pela afeição,
deu ao Brasil os seus ossos
e ao Porto o seu coração.
13
É feliz quem tem o dom
de sonhar a vida inteira.
Se não acha o mundo bom
faz um à sua maneira.
14
Entre esses padrões de glória
que se ergueram mundo além,
julgo que o maior da História
seja a Torre de Belém!!!
15
Éramos tristes e sós.
Hoje, sou teu, tu és minha:
as almas são como as mós
que unidas fazem farinha.
16
Eu não me quis casar cedo,
que ganhei com essa teima?
Quem das fogueiras tem medo,
depois nas cinzas se queima.
17
Felizes são as crianças
porque vivem cada dia
entre sonhos e esperanças,
no reino da fantasia!
18
Há quem passe pela vida
e nunca chegue a viver:
quanta boca ressequida
passa à fonte, sem a ver!
19
Jamais um fraterno laço
devemos romper à toa,
pois cada irmão é um pedaço
da nossa própria pessoa.
20
Julgas-te velha? Tem calma,
e não vivas deprimida.
Juventude é estado da alma,
não é uma quadra da vida.
21
Mandas-me pelo correio,
tantas saudades, em suma,
que eu até tenho receio
que tu fiques sem nenhuma!
22
Meu Deus, quantas vezes cismo
ao ver uma sepultura!
Cabe o mais profundo abismo
em poucos palmos de altura...
23
Nada minha alma conforta
como ouvir a serenata
que os rios, na noite morta,
entoam com voz de prata!
24
Não cuides só da fachada,
que a aparência não é tudo:
um livro não vale nada
se não tem bom conteúdo.
25
Não estranhes que o Mar largo
seja salgado demais:
é devido ao pranto amargo
que se chora em cada cais.
26
Não me importo de ser cego
à beira de moças belas:
- até gosto, não o nego,
de andar às apalpadelas!...
27
Não queiram subir dum salto
a escadaria da Vida,
pois é sempre em lugar alto
que vemos a Cruz erguida.
28
Não tem valor a riqueza
que os grandes do mundo têm,
quando o pão de sua mesa
sabe às lágrimas de alguém.
29
Natal é tempo bizarro
porque nós todos, no fundo,
somos bonecos de barro
neste Presépio do Mundo.
30
O que sinto não tem nome,
no momento de te ver.
Não sei se lhe chame fome,
se vontade de comer...
31
Perdi o melhor que tinha,
agora o mundo me enjeita:
- Ninguém olha para a vinha
depois da vindima feita.
32
Por que é que não te assemelhas,
humanidade cruel,
às pequeninas abelhas que,
unidas, fazem o mel?
33
Que importa que a casa nossa,
amor, tenha pouco espaço?
Numa pequena palhoça
mais estreito é nosso abraço!
34
Relógio, roubas-me a paz
com tuas doces mentiras,
pois as horas que me dás
são aquelas que me tiras.
35
Se esta vida é uma passagem,
riquezas não valem nada:
quanto mais leve a bagagem,
menos custa a caminhada.
36
Sem a força da união
não há vida nem carinho:
grãos unidos fazem pão,
uvas juntas fazem vinho.
37
Sendo o mar quase infinito
cabe num lenço dos meus,
nesse lenço que eu agito
quando te aceno um adeus.
38
Sofrendo seu mal eterno,
há tanta gente oprimida
que não tem medo do Inferno
pois já tem inferno em vida.
39
Sou fiel à companheira
porque a velhice é cruel:
agora, mesmo que eu queira,
não posso ser infiel!…
40
Um beijo causa dispêndio,
tal como a fogueira ao vento,
pois se esta produz incêndio,
ele produz casamento.
41
Um beijo de amor encerra
a ventura que eu bendigo:
se o sal não beijasse a terra
a terra não dava trigo.
42
Um moinho de ilusão
no meu peito se contém,
pois não vivo só de pão,
vivo de sonhos também.
A alegria desabrocha
no meio da nossa dor,
como na fenda da rocha
nasce, às vezes, uma flor.
2
A morte é paz e sossego,
nela outra vida começa,
mas se ela é doce aconchego
dou a vez quem tem pressa.
3
Aos músicos serve o som,
aos pintores serve a cor,
para servir o homem bom
existe apenas o amor.
4
A vida é página breve
que Deus em branco nos dá.
A gente é que nela escreve
coisa boa ou coisa má.
5
Com nova tinta e vestido,
uma esposa inteligente
dá, cada dia, ao marido,
uma mulher diferente.
6
Das mãos se juntam as palmas,
mas união não se alcança
se não se juntam as almas
numa perfeita aliança.
7
Desenvolver o turismo
é criar costumes sãos,
dar à vida dinamismo,
fazer os homens irmãos.
8
Disfarçando os seus horrores,
a humanidade iludida
espalha bonitas flores
sobre os abismos das vida.
9
Dizes mal do mundo todo,
mas a vida há que entendê-la:
na fonte onde encontras lodo
há quem descubra uma estrela.
10
Diz ser minha eternamente,
mas, na vida transitória,
mesmo a sua permanente
será sempre provisória.
11
Dos plágios não digas mal,
se és artista consagrado:
Quem fez algo original
foi Adão, e era pecado!
12
D. Pedro, um grande dos nossos,
movido pela afeição,
deu ao Brasil os seus ossos
e ao Porto o seu coração.
13
É feliz quem tem o dom
de sonhar a vida inteira.
Se não acha o mundo bom
faz um à sua maneira.
14
Entre esses padrões de glória
que se ergueram mundo além,
julgo que o maior da História
seja a Torre de Belém!!!
15
Éramos tristes e sós.
Hoje, sou teu, tu és minha:
as almas são como as mós
que unidas fazem farinha.
16
Eu não me quis casar cedo,
que ganhei com essa teima?
Quem das fogueiras tem medo,
depois nas cinzas se queima.
17
Felizes são as crianças
porque vivem cada dia
entre sonhos e esperanças,
no reino da fantasia!
18
Há quem passe pela vida
e nunca chegue a viver:
quanta boca ressequida
passa à fonte, sem a ver!
19
Jamais um fraterno laço
devemos romper à toa,
pois cada irmão é um pedaço
da nossa própria pessoa.
20
Julgas-te velha? Tem calma,
e não vivas deprimida.
Juventude é estado da alma,
não é uma quadra da vida.
21
Mandas-me pelo correio,
tantas saudades, em suma,
que eu até tenho receio
que tu fiques sem nenhuma!
22
Meu Deus, quantas vezes cismo
ao ver uma sepultura!
Cabe o mais profundo abismo
em poucos palmos de altura...
23
Nada minha alma conforta
como ouvir a serenata
que os rios, na noite morta,
entoam com voz de prata!
24
Não cuides só da fachada,
que a aparência não é tudo:
um livro não vale nada
se não tem bom conteúdo.
25
Não estranhes que o Mar largo
seja salgado demais:
é devido ao pranto amargo
que se chora em cada cais.
26
Não me importo de ser cego
à beira de moças belas:
- até gosto, não o nego,
de andar às apalpadelas!...
27
Não queiram subir dum salto
a escadaria da Vida,
pois é sempre em lugar alto
que vemos a Cruz erguida.
28
Não tem valor a riqueza
que os grandes do mundo têm,
quando o pão de sua mesa
sabe às lágrimas de alguém.
29
Natal é tempo bizarro
porque nós todos, no fundo,
somos bonecos de barro
neste Presépio do Mundo.
30
O que sinto não tem nome,
no momento de te ver.
Não sei se lhe chame fome,
se vontade de comer...
31
Perdi o melhor que tinha,
agora o mundo me enjeita:
- Ninguém olha para a vinha
depois da vindima feita.
32
Por que é que não te assemelhas,
humanidade cruel,
às pequeninas abelhas que,
unidas, fazem o mel?
33
Que importa que a casa nossa,
amor, tenha pouco espaço?
Numa pequena palhoça
mais estreito é nosso abraço!
34
Relógio, roubas-me a paz
com tuas doces mentiras,
pois as horas que me dás
são aquelas que me tiras.
35
Se esta vida é uma passagem,
riquezas não valem nada:
quanto mais leve a bagagem,
menos custa a caminhada.
36
Sem a força da união
não há vida nem carinho:
grãos unidos fazem pão,
uvas juntas fazem vinho.
37
Sendo o mar quase infinito
cabe num lenço dos meus,
nesse lenço que eu agito
quando te aceno um adeus.
38
Sofrendo seu mal eterno,
há tanta gente oprimida
que não tem medo do Inferno
pois já tem inferno em vida.
39
Sou fiel à companheira
porque a velhice é cruel:
agora, mesmo que eu queira,
não posso ser infiel!…
40
Um beijo causa dispêndio,
tal como a fogueira ao vento,
pois se esta produz incêndio,
ele produz casamento.
41
Um beijo de amor encerra
a ventura que eu bendigo:
se o sal não beijasse a terra
a terra não dava trigo.
42
Um moinho de ilusão
no meu peito se contém,
pois não vivo só de pão,
vivo de sonhos também.
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