O bom trovador nasce feito. Isso é verdade. Porém não é a verdade inteira: é necessário dar um empurrãozinho no dom de nascença. Esse pessoal do primeiro time da trova, que a gente admira tanto, não chegou a tal posição por acaso. Por trás de uma bela trova está geralmente uma vida inteira de estudo e perseverança. Mesmo aqueles que começaram a escrever trovas há pouco tempo, e que de repente passaram a vencer concursos, somente conseguiram tal proeza porque antes cultivaram outras formas de poesia, necessitando apenas de algum treinamento no trato da quadra de sete sons.
Entretanto, por mais habilidade que o trovador demonstre, ele não pode nunca parar de estudar, começando pelo aprofundamento na história da trova. Há uma rica bibliografia nessa área, à disposição dos que se disponham a levar o trovismo realmente a sério. Também indispensável é ler/reler os manuais que ensinam técnicas de versificação. E mais ainda: ler centenas, milhares de trovas, dos mais variados autores, a fim de descobrir novos caminhos, educar o ouvido, e sobretudo fruir ao máximo a obra dos nossos irmãos de rimas.
Umas das principais virtudes do bom trovador é ser um guloso leitor de trovas.
Vale lembrar ainda o belo exemplo de algumas seções que estão tornando frequentes as oficinas de trovas – minicursos em que grupos de trovadores trocam ideias sobre a arte poética, uns ajudando os outros a esclarecer dúvidas, sanar dificuldades, etc. O resultado é que todos começam logo a produzir mais trovas, e a cada dia mais bonitas.
Fonte:
Trovia, de novembro de 2001.
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