1
A educação esmerada,
ao preparar para o novo,
conduz, em sua escalada,
à identidade de um povo.
2
Alegria verdadeira,
neste mundo de ilusão,
é sonhar a vida inteira...
sem tirar os pés do chão.
3
A luz que jorra na fonte
que os olhos não podem ver,
amplia mais o horizonte
que a nuvem tenta esconder !
4
A mentira, com extrema
e total habilidade,
tem passado, sem problema,
como exemplo da verdade!
5
A noite, pela cidade…
coração triste e alma nua,
eu sempre encontro a saudade
me procurando na rua!
6
Ao som do despertador,
erga-se alegre... sorria!...
E agradeça ao Criador
pelo sol de um novo dia!
7
A Trova bem construída...
que aos bons princípios conduz,
pelos escuros da vida
é uma cascata de luz!
8
Cai a chuva... o rio inunda...
o vento torce o arvoredo...
Mas, se a raiz é profunda,
nenhuma planta tem medo!
9
Com belas coreografias
no chão e na imensidade,
as aves, todos os dias,
dão lições de liberdade!
10
Da varanda da fazenda,
uma saudade sem fim
escuta aquela moenda
que agora só range em mim!
11
Embora longe e tardia,
com débil luminescência,
a estrela do amor nos guia
pelas noites da existência.
12
Esta mulher que me inspira
– Musa na luta esculpida –
é ingênua, pobre e caipira,
mas razão da minha vida!
13
Este relógio é um castigo!
- Vai, de meia em meia hora,
acordando um sonho antigo...
que se nega a ir embora!
14
Mesmo contra a correnteza
- poluída, que envenena -
o Amor à Pátria é a certeza
de que a luta vale a pena.
15
Mesmo quando se fracassa
e a vida é mar de incerteza,
a esperança, embora escassa,
é sempre uma vela acesa!
16
Nada machuca, dói tanto
nem nutre mais a descrença
e o profundo desencanto
do que a extrema indiferença.
17
Não malogre o seu desejo…
Nem pense que é uma vergonha,
pois é nas asas de um beijo
que chega à lua… quem sonha!
18
Nem mesmo em noite de inverno
o luar contém mais brilho
que as luas do olhar materno
rondando o berço de um filho!
19
Nos bons tempos das varandas,
das mangueiras nos quintais
e das alegre cirandas
o mundo sonhava mais!
20
O meu coração é um galo
empoleirado no sino
silencioso e sem badalo
da capela do destino!
21
O meu espírito é um frade
em sua própria capela...
a procura da saudade
que vagueia dentro dela!
22
O patrimônio maior
- saldo da luta… sofrida -
todos sabemos de cor:
É o bom exemplo de vida.
23
O poeta não lamenta
o caminho e a caminhada,
pois é a graça que o sustenta
todo o tempo, em toda a estrada!
24
O que fiz, quando criança,
deu rédeas à mocidade...
Hoje - o coração balança
na gangorra da saudade!
25
Pelas veredas singelas
da Trova e da Poesia,
se difundem as mais belas
lições de Filosofia.
26
Por entre as ramas hirsutas,
em pomares carregados,
o luar espreme frutas
na boca dos namorados!
27
Quando a estiagem persiste
e a terra se faz ardente,
nenhuma nuvem resiste
aos apelos da semente.
28
Quando piso, descuidado...
as trilhas da solidão,
sinto, a cada passo dado,
minha mãe me dando a mão!
29
Quanto mais se estende a mão
e a justiça cresce e avança,
mais brilha, no coração,
a centelha da esperança!
30
Quem não escolhe a semente,
nem cultiva com capricho,
às vezes colhe somente
restolhos e carrapicho.
31
Quem trabalha a ecologia
Com exemplo e amor profundo
Sente o prazer e a alegria
De estar melhorando o mundo.
32
Rio de águas incontidas,
como é vária a tua sorte,
- se tu levas muitas vidas,
carregas também a morte.
33
Sem dúvida, em toda parte,
Naturalmente, não cansa:
Brinca, grita, ri, faz arte…
-criança é sempre criança!
34
Sem responder pelos atos,
à luz da conveniência,
ainda há muitos Pilatos
crucificando a inocência!
35
Se quiseres um luar
prateando o interior,
deixa em ti mesmo piscar
uma centelha de amor.
36
Sob os trapos do luar,
na brisa envolvente e branda,
a saudade vem chorar
pelos cantos da varanda.
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