1
A cova do falecido
tinha tranca e cadeado.
Por ciúme desmedido
da viúva do coitado.
2
Cantou muito bem, embora
saísse todo quebrado,
pois cantou uma senhora
que tinha o marido ao lado!
3
Desprezando a minha crença,
quando te vejo passar,
ao sentir tua presença...
ponho pecado no olhar!
4
Distraída, a moça entrou
sozinha no elevador
e ao gabineiro falou:
- Vamos pro quarto, senhor.
5
Diz a vacina, zangada:
- No braço eu não vou gostar;
fico mal acomodada;
é melhor outro lugar!
6
Ela é nova e ele velhinho...
e veio um par de rebentos...
- curioso é que, ao vizinho,
não faltaram cumprimentos...
7
"Lucíola", minha "Senhora",
foi em "Sonhos d'Oiro" a "Diva",
"As Asas de um Anjo" e agora
é a "Expiação" rediviva.
8
Mordomo nada primário,
educado e muito ordeiro,
não abre nenhum armário
sem antes bater primeiro.
9
Na cova da falecida,
ao ver o patrão em pranto,
o viúvo, alma ferida,
viu porque ganhava tanto...
10
No futebol se consola
e ganha a vida suando;
ela também, "dando bola",
vai na vida prosperando…
11
O Anedotário horroroso
que ele repete em torrente,
é do tempo em que o famoso
Mar Morto estava doente!
12
O canário não cantava,
entretanto, o vendedor,
a quem comprou explicava:
"Não canta, é compositor..."
13
O maiô que, por acaso,
veste a jovem modernista,
foi comprado a longo prazo,
porém, deixa tudo à vista!
14
O pai de santo aplicado
quando da terra "partiu",
tinha o corpo tão 'fechado"
que nem o legista abriu...
15
Sendo aventureiro e otário
virou pinguim o Pereira:
sem tempo de entrar no armário,
se escondeu na geladeira.
16
Se o marido chega tarde,
em silêncio, sem tropel,
é a mulher quem faz o alarde,
com seu rolo de pastel!
17
"Seu pulso está muito lento",
diz o doutor, mas confessa
o cliente, bem atento:
- Não faz mal, não tenho pressa!
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