1
Ao ver passar um enterro,
a minha filhinha exclama:
- Olha, papai, quanta gente
vai carregando uma cama!...
2
A aranha, para caçar
o inseto, incauto e inocente,
vive a tecer, sem cessar…
Destino é a aranha da gente.
3
Com alguém que recebeu
seu título de doutor,
recebi também o meu
diploma de trovador.
4
Eu comparo o juramento
feito por uma mulher,
à folha seca que o vento
leva para onde ele quer.
5
Eu trago na alma a ferida
de uma grande ingratidão
– eu não te culpo, querida,
são coisas do coração!
6
Felicidade é não ter
nada que acuse a consciência,
sobrecarregue o viver,
ou comprometa a existência.
7
Férias – pausa merecida
nos labores escolares,
com a magia refletida
na intimidade dos lares.
8
Grato, meu Deus, meu Senhor,
pelo sonho que sonhei,
e a saudade que deixou
– nunca mais o esquecerei!
9
Há muita gente que, embora
da elite esteja no centro,
tendo a opulência por fora,
guarda a miséria por dentro.
10
Não há dor, não há ferida
que possa inspirar mais dó
do que a tristeza da vida
daquele que vive só.
11
Não se sabe, na verdade,
se é chorando, se é sorrindo,
quando ela fala a verdade,
quando ela fala mentindo.
12
Não vale ser bom e honesto
se o teu casaco é de estopa.
- Infelizmente o que vale
é a qualidade da roupa...
13
Não vás, nessas excursões
dos sonhos de um matrimônio,
eleger, entre as visões,
invés de um anjo, um demônio!
14
Nem mesmo a saudade adoça
essa mágoa que se vê
numa noite aqui na roça,
sem luar e sem você...
15
Nos quatro versos da trova
eu ponho a minha paixão,
velha história - sempre nova,
e fonte de inspiração.
16
O sorriso de Maria
tem um mistério estupendo,
lembra o sol de um belo dia,
e a paz da tarde morrendo.
17
Por muito que ele se esforce
em controlar emoções,
ora o mundo se contorce
na fogueira das paixões.
18
Que eu fosse alguém, por um dia,
quem me dera, meu Senhor,
pois nenhum mal me faria
um belo anel de doutor!
19
Quem ao suicídio é levado
pra se ver livre da vida,
desperta desapontado
ante a vida preterida.
20
Quem definir poderia
a vida, em seu esplendor,
se, jamais, em nenhum dia,
houvesse provado o amor?
21
Quem que não sente saudade
dos tempos que já viveu,
quando com a felicidade
andou e não percebeu?
22
Saudade é a doce presença
de quem muito nós amamos,
e nem sequer ela pensa
estar presente onde estamos!
23
Sou pobre, não tenho nada,
nada que possa te dar.
- Poeta só tem a estrada
e o direito de sonhar...
24
Tanto o bem como a maldade,
tem linha satisfatória,
e a plantação é à vontade,
só a colheita é obrigatória.
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