A ignorância é um profundo
flagelo que o mundo vê.
Livros, livros, pede o mundo.
Feliz o homem que lê!
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Amor! Palavra eloquente
que hoje soa e persiste
na boca de tanta gente
que nem sabe se ele existe!
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A mulher fala a verdade
(sem hesitação nem briga)
se lhe perguntam a idade,
não a sua... mas, da amiga.
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Andei cega nos caminhos
de perdidos ideais.
Cantei como os passarinhos
que cegos — cantam demais!
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É quando a angústia me enlaça
numa dor que nada explica,
que sinto a vida que passa,
e vejo a noite que fica.
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Eu não te amo, coqueiro!
Nem o mar nada me diz.
Vivo à sombra do pinheiro:
sou serrana e sou feliz!
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Eu quero viver contente...
pinheiros em meu caminho...
E na morte, suavemente
dormir num caixão de pinho.
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"Eu vi minha Mãe rezando"
é a trova que mais encanta.
Quer sorrindo, quer chorando,
toda Mãe é sempre santa!
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Falam tanto mal de sogra
muitas vezes sem razão;
pois no paraíso a cobra
não era sogra de Adão.
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Foi à sombra de um pinheiro
naquela tarde feliz,
que li teu verso primeiro,
e leste as trovas que fiz!
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Meu amor por ti não arde
nas falsas chamas do amor,
É como a brisa da tarde
depois de um grande calor.
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Moça moderna, a Clarisse,
com seu ar desinibido,
quanto mais cresce em burrice
mais encurta seu vestido.
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Monstro sagrado, jucundo,
por quem o mundo suspira:
Seu nome é "glória do mundo"
seu apelido é; mentira !
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Na aridez do teu caminho
por mais íngreme e adverso,
trilhas sempre um pedacinho
da grandeza do universo.
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Na existência transitória
entre doçura e amargor,
a vida é um ato de glória,
viver é um ato de Amor!
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Na humildade de uma vida
sem resquício algum de glória,
talvez esteja escondida
a mais sublime vitória.
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Não compre a glória que passa,
nem dê riqueza ao ladrão.
Leia livros e, de graça,
terá a glória em sua mão!
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Não sei de quadro mais lindo
que mais desperte emoção,
que uma criança sorrindo
c' um livro aberto na mão.
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Na paisagem sempre nova
de magia e de beleza,
cada pinheiro é uma trova
no Livro da Natureza.
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Nunca procures a calma
em algo longe de ti;
busca-a, antes, em tua alma.
Ela deve estar ali...
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Os desencontros da vida...
os sofrimentos, o adeus,
às vezes são a partida
de nosso encontro com Deus!
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Pinheiro que cedo eu vi
no doce embalo da infância,
jamais entre mim e ti
a vida ponha distância.
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Quem não viu o sol surgindo
entre os pinheiros na serra,
não viu o quadro mais lindo
que a mão de Deus pôs na terra.
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Se a vida a gente levasse
em prolongado prazer,
talvez o homem inventasse
um modo para sofrer...
Fonte:
Argentina de Mello e Silva. Trovas dispersas.
Argentina de Mello e Silva. Trovas dispersas.
Curitiba/PR: Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1984.
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